UMA COISA É UMA COISA, OUTRA COISA É OUTRA COISA

Na política podemos ter inimigos ou adversários, ou até mesmo as duas coisas.
Porém, existem limites estabelecidos pela sistema democrático em que vivemos que permitem o convívio.

Nossa Constituição estabelece direitos à organização política, à formação de associações, partidos, à eleições periódicas e tudo isto legitima o conflito e o mantém dentro dos direitos de cada cidadão. Todos devem se respeitar mutuamente. É a regra, que quando não seguida ou desrespeita acabam sempre nos Tribunais

Na política, ter um inimigo é algo a ser seriamente considerado. Confundir inimigo com adversário político não é uma boa prática. Uma vez dentro da política sempre haverá adversário, pois será contra ele que o político irá disputar espaço, votos, preferências e, claro, o poder. A medida que o tempo passa mudam também os adversários, assim como mudam as circunstâncias. Muitas vezes aquele que era adversário hoje é um amigo e outros que eram amigos passaram a ser adversários.
O curioso é que, na maioria dos casos, pois há exceções, entre adversários não existe aquele ódio que reina na inimizade. O adversário hostiliza, ataca, acusa, mas nunca demonstra ódio pelo outro, pois ambos sabem que estão no jogo político e praticam um “fair play’. O ódio, quando existe, é de ordem pessoal, é radical. O ódio é um sentimento muito profundo, está no fundo da alma do indivíduo e dificilmente é removido.

Quando o indivíduo odeia, ele deseja exterminar o inimigo, não importa se profissionalmente ou politicamente. Alguns até poderiam desejar a eliminação física, no extremo do sentimento.
Assim como as normas vigentes legitimam o conflito, uma eleição é um conflito que acaba se resumindo a algumas pessoas. São os chamados adversários políticos.

Porém, este conflito ocorre dentro de regras claras e muito explícitas que irão definir o vencedor. Isto é a manifestação da democracia.
Por esta ótica, fica claro que existe uma grande diferença entre inimigos e adversários quando nos referimos ao jogo político. Os adversários estão sempre no(s) outro (s) partido(s) e o que poderíamos chamar de “inimigos políticos”, estes sim, estão no nosso partido, bem próximo o suficiente para nos causar mal. Adversários podem ser cooptados e transformados em amigos mas o inimigo dificilmente mudará sua posição.

O político experiente sabe que quem está no poder não deve tentar mudar os inimigos, mas mantê-los sob controle.

Lembrando que, você pode ter muitos amigos, que não lhe serão nunca suficientes, mas inimigo basta apenas um, e é importante saber sempre onde ele está, o que estaria planejando pois o objetivo será sempre te prejudicar.