sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Contando Extrema

A tempos estou pensando em um projeto que se chamaria “Contando Extrema”.
A Idéia surgiu depois de muitas conversas com o Bira Brito, um verdadeiro arquivo
vivo da cidade. Um projeto para se levar às escolas parte da historia de nossa cidade e de nosso povo.

Seria uma coleta de fatos, fotos, casos e “causos”, historias e folclore de nossa Extrema
para que nossos jovens pudessem adquirir o conhecimento do passado de nossa cidade
e para que ficassem registrado para o futuro e não se perdessem jamais.

Hoje esteve comigo um senhor: Jayme Morais. Prefeito de Extrema nos anos 70 e que, com aquela paciência dos antigos desfilou sua historia de vida e foi deixando eu tomar conhecimento das historias paralelas.

Que coisa linda. Conforme ele ia narrando eu tinha a impressão de estar assistindo um filme, em branco e preto e cheio de personagens e paisagens que só nosso subconsciente pode desenhar.

Me contou que saiu candidato a prefeito quase que na marra.
Não queria mas acabou aceitando por causa dos amigos e trazia como vice o saudoso Jamanta.

Entrou para perder. Tinha consciência da força e do poder do candidato oponente, dizia ele.

Na sua narrativa, Extrema tinha treze urnas. Até a de número 5 ele perdia. A partir da de número 6 foi ganhando a dianteira e de repente viu-se eleito prefeito por uma diferença de 159 votos. Foi hospitalizado pela emoção. Acabava de vencer a maior força política da cidade. Os Olivotti. Na verdade, o povo havia manifestado sua vontade.

Assumiu a prefeitura sem nem saber como funcionava aquilo e para completar tinha minoria na Câmara Municipal. Falou da chegada das primeiras industrias, Fagor, Frum, Granasa. De sua batalha com a Câmara para a instalação de telefones da Telemig, estaa uma historia muito intressante que nos leva a uma viagem ao tempo da ditadura, depois para trazer a Copasa. De sua luta para abrir arruamento depois da Rua Capitão Germano em terras do inimigo político. Da primeira biblioteca, paga pelo dono da Climp.

Contou a historia da construção do Ginásio Estadual de Extrema pelo seu pai, João Batista de Morais Filho. Escola que se chama atualmente Alfredo Olivotti. Da teimosia de seu pai em terminar esta obra com dinheiro próprio, teimosia esta que quase o leva a falência.

E esta narrativa toda foi cercada de pequenas histórias, fatos e “causos” que realmente me emocionou e me deu um pouco mais de conhecimento sobre as coisas da cidade. Mostrou-me
que política é uma tradição em Extrema. Ele foi prefeito, seu filho agora é candidato a vereador.

Isto nos faz lembrar que o candidato atual à prefeitura, Luizinho, também teve seu pai como prefeito da cidade. E temos outros candidatos a vereador cujos familiares fazem parte desta
historia.

Nossa cidade tem, sim, muita coisa para ser contada. O Bira Brito quando passa por aqui sempre deixa algum “casinho”, com seu jeito simples mas com uma narrativa invejável. Deus abençoe sua memória.

Com certeza devemos ter na cidade mais gente que poderia enriquecer um projeto como este.

Nossa juventude ia adorar, com certeza. Quem sabe um dia não acontece.

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