Eleição, partido e marketing. Juntos e misturados, porém, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Ao planejar uma candidatura o político adota uma estratégia que, na sua opinião, deverá levá-lo à vitória. É isto que todos querem.
Muitos partem do princípio do Partido, cujo foco é baseado nos programas do partido e na valorização do maior número possível de partidários. Tudo é resolvido dentro do partido, pelo comitê e pelos mais influentes. A ideia é a difusão do partido e seus objetivos. O candidato seria apenas o meio. E assim Serra perdeu a eleição.
Políticos mais modernos utilizam o conceito do marketing, focado no eleitor e não no partido, independente do grupo que o componha. A ferramenta deste político é a pesquisa de opinião, o conhecimento do eleitor e suas reações. Seu objetivo é externo, é o eleitor, dono do voto. Foi assim que Dilma venceu.
Enquanto a estratégia do Partido é o uso da máquina partidária, os nomes do partido em função no governo e através deles buscar acesso ao eleitor, o marketing inicia seu trabalho exatamente no eleitor. É procurando saber seus sentimentos, opiniões e vontades que se inicia a campanha do político. E a partir da pesquisa que o marketing determinará qual será a mensagem para tentar conquistar o maior número possível de apoiadores. O Eleitor quer ser bajulado, valorizado. É a vez dele.
Enquanto o Partido perde muito tempo na elaboração de um programa, uma plataforma que tenha o apoio de todos e só então levar ao povo a ideia e a mensagem, o Marketing tem em conta vencer a eleição e todos devem se submeter a esta estratégia. Uma vez eleito, o político terá então a oportunidade de atender as expectativas partidárias.
No conceito de Partido trabalha-se praticamente apenas com o planejamento. É colocar a estrutura do partido de forma mais eficiente para a campanha.
No Marketing, a predominância é a estratégia. A função básica é estabelecer a melhor comunicação com o eleitor, partindo de pesquisas e outras informações.
O Partido interfere na campanha e considera o candidato um membro do grupo, em missão política para a qual foi indicado. Toda a equipe de campanha é comandada pelo partido e o candidato não tem poderes para enfrentar os dirigentes.
Já no Marketing, a campanha pertence ao candidato, e só a ele, que vai escolher seus assessores e toda a tropa de choque que irá trabalhar na campanha. É o candidato quem corre atrás de recursos. Técnicos e especialistas contratados para a campanha deverão se reportar ao candidato e não ao partido. Ao Partido ficarão os encargos dos trabalhos de campo, os cabos eleitorais, distribuição de materiais, etc.
Para o Partido a propaganda deve centrar-se no candidato e no partido, partindo do fato que o candidato se diferencia por sua pessoa e pelos ideais do partido.
Mas para o Marketing, tudo deve girar em torno do eleitor, buscando levar a ele aquilo que atenda seus desejos e suas esperanças, sem se preocupar com as doutrinas do partido ou do candidato.
Uma coisa é certa e deve ficar clara para aqueles que se envolvem em uma campanha política. Uma eleição se resume em candidato e eleitor e sendo os dois personagens mais importante do evento, justo que todas as atenções estejam concentradas neles.
Todo o resto, apesar de necessários e de suma importância, devem respeitar a maior discrição possível. Quem deve aparecer é o candidato. Quem deve ser agradado é o eleitor. Simples, né mesmo ? Mas tem muita gente que complica.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
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