“ O poder tende a corromper, o poder absoluto corrompe absolutamente”
Lord Acton .
Esta máxima é válida eternamente para a política e para o político.
Geralmente isto acontece com políticos de primeiro mandato, em seus primeiros meses. Os símbolos do poder, a forma como as pessoas passam a tratá-lo, a sensação de estar “por cima da carne seca”, deixam uma ação perturbadora de tal forma que ele acaba deixando-se levar pelo grande erro: Achar que pode tudo!
O contraste entre a situação anterior e a atual é muito grande e ele começa querer agradar a todo mundo.
O político experiente sabe disto e já não cai mais no erro, mas o novato, encantado pelo novo poder, esquece de algumas coisas muito simples e que ocorrem naturalmente: As barreiras que a Oposição vai lhe impor, o “cacete” que a mídia desfavorável vai mandar, as limitações financeiras de um orçamento já comprometido, votado e aprovado na legislação que se encerrou, os limites materiais e humanos. Mas a vontade política é maior e ele parece não conhecer limites.
Aqueles que apoiaram sua campanha agora cobram compromissos, apresentam a “fatura” das reinvindicações. Apelos e pedidos de amigos se acumulam. Ex-adversários se oferecem para colaborar. O novo governante “cresce os olhos” vendo a oportunidade de agradar a todos e reduzir sua Oposição a pó político.
E aí se tem um governante de bem com o mundo, prestigiado pela votação popular que o elegeu, adulado por todo mundo. A mídia puxando o saco. Toda esta sensação, se não for contida, poderá levá-lo a cometer erros graves, dos quais logo estará arrependido.
O recém-eleito, novato na política, em seu primeiro mandato, passa a acreditar que a maquina administrativa pode ser manipulada de acordo com seus interesses e suas vontades. Começa a criar novas secretarias, diretorias, órgãos, cargos de confiança e tudo que for preciso para acolher as indicações, os partidos, os amigos, os parceiros políticos. Mas esta “elasticidade” sempre será inferior, tanto na quantidade como na qualidade. Demite e troca funcionários sem nenhum critério. Apenas busca agradar a todos que o rodeiam.
Não demora e ele começará a receber críticas e reclamações. Muitos se sentirão frustrados com seus cargos e começarão a demonstrar ingratidão. Logo aparecerão as primeiras “pendengas” entre seus colaboradores. Virão as “puxadas de tapete”, as disputas internas, o “fogo amigo” e o novato administrador perceberá que nunca poderá agradar a todos. Sua mesa e seu Gabinete irão virar um mar de problemas.
E estes problemas surgem porque a maquina está inchada. Tem gente de mais e competência de menos. Como não se estabelece limites de competência, criam-se atritos. Departamentos competindo entre si. E tudo foi gerado pela enorme diferença entre a intenção e a realidade.
Lord Acton, com sua histórica frase, ensina que o político, uma vez governante, tem compromissos com o povo, com seus eleitores e que nunca poderá agradar a todos. Quando conseguir vencer uma eleição e tiver que montar uma equipe de governo, deverá buscar implantar, acima de tudo, eficiência, pois os objetivos serão os resultados, que começarão a ser cobrados nos primeiros meses de seu mandato.
Se você lograr chegar ao poder, não caia na tentação de achar que pode agradar a todos. Por mais que isto possa lhe parecer possível, será o caminho mais curto para seu fracasso. Boa sorte !
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
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