segunda-feira, 1 de agosto de 2011

CAMPANHA PERMANENTE

Mesmo após ter sido eleito o político inteligente não “desarma o acampamento”.
Aquelas ações da campanha recém terminada devem continuar, claro que com outros rótulos, com outra roupagem, mas com os mesmos objetivos. Esta é a pratica moderna adotada na política atual. Pelo menos para quem almeja uma reeleição.

Como a duração de um mandato é de 4 anos criou-se uma tendência para reservar as ações de campanha para reeleição no último ano do mandato. O argumento é velho: O eleitor não tem memória e se fizermos antes ele vai esquecer. Errado !
O Conceito de “ Campanha Permanente”vem lá dos USA e corresponde ações de campanha eleitoral realizadas durante o período não eleitoral.

É obvio, até por força legal, que a campanha permanente seria completamente diferente de uma campanha eleitoral propriamente dita.
O clima é outro, o eleitor já esqueceu aquele período das disputas, comícios, “guerra” de opiniões, etc. e está muito mais interessado no que o novo político está realizando ou vão realizar, se as promessas da campanha serão cumpridas. E falamos de todos os eleitores. Os que apoiaram e os que eram contra.

Engana-se aquele que acha suficiente as convencionais ações de publicidade institucional ou a simples divulgação pela mídia de suas realizações, obras, projetos de lei enviados à Câmara, posições políticas sobre temas correntes, etc. A Campanha Permanente é muito mais que isto. É um projeto, de fato, visando a futura reeleição, articulado, planejado e executado, e respeitando as peculiaridades do período não eleitoral. Enfim, é uma ginástica político-legal.
A Campanha Permanente se caracteriza por alguns fatores básicos.

Comportamento.

O novo político deve ter em conta que sua atitude pessoal deve ser mantida a todo custo. É normal, nos primeiros tempos de mandato, tudo parecer diferente. O “poder” transmite um sentimento mágico. Ele passa a freqüentar novos lugares, receber pessoas diferentes, passa a ter agenda congestionada, a mídia está sempre no seu encalço, pessoas importantes lhe querem falar. Ele sente-se seguro, como se estivesse em uma redoma de vidro.

E neste clima ele acaba se esquecendo das pessoas que lutaram com ele pela sua eleição e esquece também dos seus eleitores. A próxima eleição está muito longe e agora é hora de desfrutar do mandato conquistado. Ouvir reclamações, pedidos, queixas é coisa para mais adiante. Quando tiver tempo cuidará destes detalhes.

Aí está o grande equívoco ! Se você esquecer aqueles que formaram sua base de apoio, daqueles que batalharam pela sua eleição, estará cometendo o maior erro que um político experiente não comete. Não se deixe iludir. Eles vão perceber que foram jogados para “escanteio” e pode esperar. O “trôco” virá na próxima eleição. Muitas vezes no “silêncio” do voto.

Portanto, é de suma importância nunca perder o foco eleitoral e em um critério de Campanha Permanente existe uma regra: Não importa que esteja eleito. A campanha continua e se continua nada é mais importante que o eleitor, principalmente aquele que não lhe deu o voto, e que só é conquistado através da sua comunicação, seu contato e persuasão. Por mais importante que sejam seus contatos políticos e sociais depois de sua vitoria, seus eleitores e, mais ainda, aqueles que não foram seus eleitores, são mais importantes. Não se pode cometer o grande erro do “recesso de campanha” e ficar na moita esperando a próxima eleição, preferindo a agradável convivência social que o novo poder lhe oferece.

Usa-se o novo mandato para realizar os trabalhos que você sonhava, planejava. Vai querer cumprir tudo que foi prometido, porém, nunca poderá se esquecer de dar seqüência ao trabalho político junto aos eleitores. Esta é uma atitude inteligente que visa a próxima, e não tão distante, nova eleição. Seguir esta norma te dará uma grande vantagem em relação aos seus concorrentes.

Então, mãos a obra. Se você está em “campanha” não terá dificuldades para estabelecer suas ações, considerando cada momento. O mandato dura 4 anos e tem muito tempo, mas você passará por diversos momentos e para cada um deles sempre haverá uma ação mais adequada, apropriada, porém, uma coisa deve ficar bem definida: O objetivo é fixar os apoios que você já possui e, principalmente, ampliar o quadro de eleitores potencialmente contrários, além dos novos que irão surgindo.

Falando com o eleitor.

A eleição já passou e você foi eleito. Mas a comunicação com o eleitor deve ser de forma eficiente e contínua. Na Campanha eleitoral e na Campanha Permanente o segredo do sucesso está exatamente na comunicação com o eleitor. Não é porque acabou o período de eleição que o eleitor deixou de ser eleitor e passou a simples cidadão.

Observe que tudo que você vier a fazer como novo político estará intrinsecamente direcionado ao eleitor. Ele deve ser seu foco e não pode ser perdido de vista.
Um mandato ou uma gestão inteligente não espera seu final para ser julgado pelo eleitor. Pelo contrário, o eleitor deve estar sempre estimulado a dar sua avaliação, contra ou a favor, através de pesquisas e de um trabalho profundo de auto-avaliação.

Somente um contato próximo com o eleitor vai poder lhe dar a oportunidade de acompanhar este sentimento e a partir daí você poderá tirar partido ou se defender com ações corretivas. É exatamente durante seu mandato que imagens serão construídas e que sua pessoa e seu nome serão consolidados formando um desenho real para a próxima eleição.

Durante este seu mandato não será suficiente realizar, fazer, construir. É preciso que seus eleitores saibam disto constantemente. É preciso que você e suas realizações sejam constantemente lembradas, fixando no eleitor a certeza de que ele votou certo, e, naquele que não lhe deu o voto, o arrependimento. É aí que entra a necessidade de um marketing objetivo, claro, contundente, que tenha a linguagem que o eleitor entenda, e que contribua para construir sua imagem positiva.

Estes fatores são elementos básicos para sustentar uma campanha permanente. Quem fizer a “lição de casa” com certeza estará em vantagem em relação àqueles que se acomodaram e que ficaram esperando o novo período eleitoral e estará muito a frente de seus adversários.

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