Hoje, tem-se como certo que, mais ou menos vereadores não farão a menor diferença na representatividade popular, pois ninguém garante que essa representatividade alcançará todos os estratos sociais e todos os bairros. Há bairros, que já tiveram seu vereador. E, depois, os eleitores resolveram rifá-lo e não eleger ninguém específico, preferindo despejar seus votos em nomes de outros bairros. Melhorou a representação do bairro ou piorou? Isto só o eleitor é que poderá responder.
Representatividade não é uma questão numérica, é questão de qualidade. E isso independente de geografia do voto mas da presença do edil.
Eu defendo o fato de que é preciso conteúdo nos debates e nas ações da Câmara. Uma boa iniciativa é a instituição da Câmara itinerante, aproximando as ações do legislativo à população e permitindo uma interação direta. Visitas de vereadores às Associações de Moradores, Clubes, Reuniões e Festas dos Bairros podem fazer desta proximidade um elo de ligação entre o povo e a Câmara Municipal.
Conteúdo se torna imprescindível nos debates, distanciando-se das picuinhas, das raivas deletérias, dos focos disfarçados e enganosos. Hoje, na Câmara, nada chama a atenção, nos debates, do cidadão. O povo quer ver ação, criatividade e, claro, seu próprio interesse. No caso de Extrema, a Câmara está distante do povo. Mas até agora nenhum vereador pensou em fazer uma indicação colocando ônibus gratuito nos dias de sessões. Parece uma bobagem, mas uma sessão precisa ter a presença popular, até para ter mais credibilidade.
Por isso, permanecer com os 9 ou aumentar para 11 vereadores, como vai acontecer em Extrema, fará pouca diferença, se não melhorar o conteúdo das abordagens, a fim, até, de despertar o interesse da sociedade em participar mais e a cidade ver o retorno da sua manifestação cívica - o voto.
Já é certo, e sabido, que não será com mais ou menos vereadores que o cidadão terá boa representatividade na Câmara e isto é que pesa. Caberá ao eleitor saber discernir e escolher um bom candidato, ou, se preferir, aderir a qualquer nome que lhe agrade, seja porque é seu amigo, seu vizinho, ou porque tenha lhe feito algum agrado. Sim, tem muito eleitor que “vende” seu precioso voto trocando-o por qualquer bugiganga ou algo que lhe atenda alguma necessidade de momento. Depois, vai xingar aqueles que foram eleitos porque não fazem nada.
Vai chegando o momento de o cidadão eleitor avaliar como foi o trabalho dos atuais vereadores. Conhecer o que fizeram pela cidade e pelo seu eleitor. Quais foram seus projetos, suas indicações. Como foram seus trabalhos de cunho social e também político. É muito importante que um bairro tenha seu representante na Câmara Municipal. Um vereador ligado nas necessidades e nas coisas do bairro é o caminho mais rápido até o Executivo. E não é necessário que ele more no bairro, mas que conheça e tenha participação ativa na solução de seus problemas.
Na última eleição, de nove vereadores, seis não se reelegeram, cerca de 65 % de rejeição popular. É muito ! De cada três, dois não serviram.
E na próxima eleição, dos atuais nove, quantos se reelegerão ? Mais uma questão para o eleitor. Se colocaram nove, e seis não serviram, não seria um prova de que quantidade não é solução ? Sendo 11, as chances de aproveitamento não seriam maiores ?
Quanto mais vagas maiores as chances de cidadãos com poucos recursos, mas com boas idéias, se elegerem. O problema será seu comportamento depois de eleito. Se não tiver personalidade, caráter e vontade política, seria transformado em “pau-mandado” dos mais experientes. Falar que mais vereadores representarão mais despesas é um argumento a ser analisado. A Câmara vai receber sempre a parcela do orçamento a que tem direito. A questão é como será usado este dinheiro. Pode até ser usado para pagar os salários e benefícios de mais dois vereadores, desde que a população perceba o benefício direto disto. Caso contrário, será nada mais que a simples distribuição de dinheiro público.
Tentar tirar de cena lideranças que poderiam fazer a diferença sob o argumento de que nove seriam suficientes pode não ser uma boa idéia, pois todos comentam a qualidade da Câmara atual, ou seja, faz-se necessário o surgimento de novos líderes. Mas estes poderiam estar no meio daqueles nove. Basta o povo saber escolher. E que tal se aprovar onze novos vereadores e tentar uma redução no orçamento da Câmara ? Aí o dinheiro seria melhor aplicado, ou administrado, ou até mesmo redirecionar os critérios de despesas ?
Uma Câmara com poucos vereadores pode levar à manipulação, controles partidários. Aquela coisa de situação X oposição. Mas quanto maior a quantidade mais difícil controlar, e aí valeria o voto popular.
Este é o debate que nossa cidade deve fazer: Precisamos de mais ou menos vereadores ?
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
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