sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A VEZ DO NORDESTE

Quando o Programa Bolsa Família foi criado, com certeza os objetivos eram atender a população mais pobre e necessitada, porém, não se pode deixar de imaginar que também havia ali o objetivo político. E a coisa saiu melhor que a encomenda. Hoje o Programa Bolsa Família é a maior ferramenta para a obtenção de votos.

O Brasil tem atualmente cerca de 190 milhões de habitantes. O Bolsa Família atende 52 milhões de pessoas, que representam 13,2 milhões de famílias. Praticamente 1/3 dos brasileiros dependem do programa, mas muita coisa ainda precisa ser feita para melhorar o nível de vida desta gente. Você já deve ter ouvido falar que a pobreza no Brasil diminuiu, que nunca na historia deste país se vendeu tanto carro, se usou tanta internet e se tomou tanto iogurte, mas segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), ainda existem 43 milhões de brasileiros abaixo da linha de pobreza.

O Nordeste, que tem 1/3 dos brasileiros, tem metade da população considerada pobre e 2/3 dos indigentes, o que não significa que o problema não seja mais sério em outras regiões. Afinal de contas, miséria é miséria em qualquer lugar.

Mas temos que olhar tudo isto com otimismo. A situação dos mais pobres e mais necessitados está melhorando sim. Em 1.983, praticamente 1, em cada 2 brasileiros se encaixava no critério de pobre. Hoje a relação é de 1 em cada 4 e a tendência é de queda. Tudo depende do que o Governo vai fazer para desenvolver e melhorar aquela região.

Ninguém precisa ser gênio para saber que o que leva desenvolvimento, crescimento e melhor qualidade de vida para uma população é o emprego, o trabalho e a renda. Nossa querida Extrema é um exemplo nacional, que pode ser copiado e ampliado. As grandes e médias empresas vieram e com elas vieram emprego e renda. As indústrias geram mais arrecadação de impostos, que geram um maior orçamento para o município.

Uma cidade que tem orçamento pode investir na Educação e na Saúde, os dois pilares para melhorar a qualidade de vida das pessoas e dar a dignidade que todos merecem.

O Brasil é um país de dimensões gigantescas, se comparado com outros da Europa. O Capital visa lucro. Não existe Capital voluntário. Produzir só se for onde tem consumo e no Brasil isto se chama Sudeste. Mas com as mudanças positivas na economia a coisa começou a mudar. O Nordeste não vai mais viver apenas do Porto e de um Turismo mal explorado. Empresas fabricantes de automóveis já estão se instalando por lá, e com elas irão as empresas “satélites”, que são médias e pequenas, mas geradoras de muitos empregos. A Petrobrás vai instalar lá sua grande refinaria para quando chegar o petróleo do pré-sal. A simples presença de grandes empresas vai alavancar o turismo. É, parece que a Nordeste será a bola da vez.

A roda vai rodar naquela direção. Se lá estão 1/3 dos brasileiros estamos falando de 60 milhões de brasileiros. Um mercado fabuloso para qualquer produto, desde um simples sabonete até um carro zero quilometro. Basta colocar dinheiro nas mãos desta gente e o Nordeste vai passar por mudanças jamais sonhadas. Existe um grande desejo de consumir, mas que está com o freio de mão puxado pela pobreza.

O Governo Dilma tem dinheiro para investir. A distância entre o Nordeste e o Sudeste e de outras áreas de consumo que também já apresentam crescimento de renda poderá ser diminuída com investimentos em rodovias, aeroportos, portos e ferrovias. Trens rápidos e não trem bala é a solução mais econômica. Basta uma viagem pela Europa para entender isto. Trazer trocentos veículos sobre um trem é muito mais barato que trazer sobre caminhões cegonhas. Na Europa, onde as distâncias são menores, não se transporta veículos zero sobre caminhões. Porque fazê-lo em distâncias maiores ?

O Bolsa Família foi um começo, mas mostra que investir no povo dá resultado. Apenas é preciso que sejam investimentos que levem ao povo a dignidade, e não a humilhação. Agora é hora de oferecer emprego e bom salário. O resto o próprio povo vai fazer. O Bolsa Família dá apenas a condição de se alimentar, mesmo que sem qualidade, mas não a segurança de uma casa própria, a necessária educação, a qualificação profissional, saúde e renda que permita o consumo sonhado com a aquisição de bens de conforto, como TV, geladeira, máquina de lavar, micro ondas, computador e até um carro.

Se Dilma seguir naquela direção e levar o desenvolvimento industrial estará selando sua permanência no governo por mais 4 anos porque será dalí, Nordeste e Norte, que sairão os votos que decidem uma eleição.

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