A cada dia somos surpreendidos pela boçalidade humana, de alguns, claro.
O Censo da Educação Superior de 2.009 mostra que 54,7% das vagas em Graduações como Pedagogia e Normal Superior em todo o país não foram preenchidas. Apenas 90 mil alunos para mais de 200 mil vagas.
O último censo do MEC, 2005 a 2009, apontam para uma queda de 50 % na formação de docentes para o ensino infantil e para os primeiros anos do ensino fundamental. De 103 mil formandos, caiu para 52 mil.
O Semesp ( Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior de São Paulo) diz que não adianta mais abrir vagas porque o mercado não é atraente. Ou seja, jogamos a toalha. Diz o Diretor deste órgão: Grande parte dos formandos acaba não atuando no setor de ensino. A Taxa de evasão profissional em Pedagogia é da ordem de 60 %.
Todo mundo tem opinião, faz críticas, tem teorias, mas ninguém coloca o dedinho no centro da ferida. E esta ferida tem nome. Chama-se Remuneração.
As escolas particulares buscam sempre o lucro máximo, com mensalidades que ficam longe dos salários do trabalhador comum. Apenas os que fazem parte da classe média alta e daí adiante é que podem suportar o pagamento de escola particular. Mas os salários dos professores são irreais pelo que eles representam na estrutura escolar.
As escolas do Estado, que não buscam lucro, sofrem pela má administração em função das nomeações políticas, sofrem pela falta de verbas ou até mesmo pelo desvio das mesmas. E também aí os professores, mola mestra de todo o processo educacional, recebem um salário que os transformam em autômatos funcionários, sem incentivos, desanimados. Esta semana vimos até onde chega a boçalidade. Temos as noticias de que muitos professores e professoras que foram refazer suas inscrições para trabalharem nas escolas estaduais, e passaram por todas as etapas e exames, foram eliminados do processo simplesmente porque estavam gordos, fora do peso considerado normal. Já não basta a falta de professores, a mudança de profissão, o desinteresse, os salários baixos, a falta de condições ideais de trabalho e agora aparecem com esta novidade.
Não demora e passarão a excluir os baixinhos, as louras, os negros, os sem dentes, os carecas. Afinal, é para dar aula ou para desfile de modas ?
Este mês tivemos a posse dos eleitos para Deputados e Senadores. Por acaso alguns deles deixou de tomar posse por estar gordo ? E nossa Presidenta Dilma, não estaria um pouquinho fora de peso ?
Acho mesmo é que alguns governantes estão precisando emagrecer o cérebro, que deve estar cheio de titica para chegarem a estas decisões idiotas. Enquanto isto nossas escolas públicas estão caindo de podres, nossas crianças sem professores, sem merendas descentes e Lula e Dilma berrando que o Brasil é um país rico. De fato, já somos a 5ª economia do mundo, temos quase 300 bilhões de dólares guardados, batemos o rec orde no ano de 2009 na entrada de investimentos em dólares, somos a cereja do bolo na economia mundial.
Maravilhoso ? Mas porque isto não chega ao povo ? Porque pagar mais de 20 mil reais para um deputado que pouco trabalha, além das regalias e verbas adicionais, e pagar menos de 1 mil reais a um professor que vai começar a ensinar uma criança a ler.
O que seria mais importante para o país ? Um deputado que comparece algumas horas do mês apenas para ouvir, em algumas oportunidades dizer asneiras, e sempre dar seu voto por conta de interesses pessoais, ou um professor que comparece todos os dias, o dia todo, para educar os futuros brasileiros ?
O que é mais interessante para o futuro do país ? Brasileiros educados, alfabetizados, cultos e honestos ou deputados gazeteiros, corruptos e desonestos ?
Pagando-se 6 mil para um deputado, e é um ótimo salário, sobrariam 15 mil de cada um. Multiplicado por 500 daria um total suficiente para se pagar 3 mil por mês a 2.500 professores.
Aplicando-se a mesma regra a todos os cargos da administração onde existem salários absurdamente altos, aplicando-se esta regra às absurdas aposentadorias dos políticos, com certeza haveria dinheiro para se pagar melhor nossos mestres e valorizar a profissão de professor. Aí sim, se reverteriam a situação e voltaríamos aos tempos passados, quando ser professor era uma honra e todos os cidadãos os respeitavam.
É difícil mudar isto ? Talvez. Mãos não é impossível. Falta coragem, ética, compromisso, patriotismo, vergonha na cara. É uma fartura só.
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
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