quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A ARTE DE GANHAR, OU PERDER, VOTOS.

O Cinema pode ser outro, o público também, mas o filme é sempre o mesmo. O cara sai de sua cidade e parte para o mundo em busca de seu destino, sua sorte, sua vida. Aí a mão Divina o leva para uma pequena cidade ou uma grande capital, depende do filme, onde ele se instala e começa a “cavar” seu espaço. Muitas vezes é nascido na cidade, de família tradicional.

O tempo vai passando, o cara vai trabalhando, estudando, se desenvolvendo e vai ficando. Faz muitas amizades, conhece muita gente. Por ser extrovertido, social e simpático vai amealhando amizades. Com seu trabalho profissional e social vai ganhando admiradores , e, sem perceber, já está traçando um caminho político. Daí para uma candidatura política são dois palitos. Este é o tema básico daquele filme a
que me referi no início deste rabisco.

Mas agora entro no tema alvo do título deste rabisco. Como ganhar,ou perder, votos. Depois de se lançar à uma candidatura política o cara começa a perceber que na prática a teoria é outra. Aquilo tudo que era só amizade e simpatia começa a se transformar em compromissos, promessas, arranjos e daí ao tal “rabus presus” são mais dois palitos. O antigo “cara”, agora político, precisa cacifar votos para se eleger e começa então um enorme trabalho de convencimento das pessoas. Ser um colega, um amigo, uma pessoa popular é uma coisa. Convencer todos de que poderá ser um bom político é outra. Mas nada que um bom “corpo-a corpo” não resolva, principalmente em cidades pequenas deste nosso imenso Brasil onde para se eleger não é preciso muitos votos, possíveis com uma boa conversa.

Caramba ! Vamos logo ao tal ganhar ou perder ? Pois bem, neste trabalho todo o político vai conquistando voto a voto, pessoa a pessoa. Vai trazendo para seu lado lideranças de bairros, formadores de opinião e até outrora inimigos de opiniões. É agora que os compromissos, as promessas e os arranjos começam a pegar e o cara vai dando tudo, prometendo tudo, arranjando tudo. Nesta hora vale tudo. Tudo pelo voto e pela eleição.

Ufa ! Eleito ! Parabéns. Conquistou muitos votos, muitos parceiros. Agora mãos a obra. Trabalhar e provar que foi escolhido pela sua capacidade, lealdade e competência, e, claro, pelo grande número de apoiadores e parceiros políticos que formarão a base de apoio para seu mandato.

Ascendem-se as luzes. O filme já acabou ? Não, Apenas pausa para um café, uma ida ao banheiro, um momento para reflexão sobre como ganhar votos. E vamos à segunda parte do filme: Como perder aqueles votos.

Uma vez no poder o cara começa a mudar seu comportamento, suas ações. Adquire a soberba, começa e se achar o único com razão e dono de todas as verdades. Esquece a maioria dos compromissos e promessas assumidos em sua campanha. Aqueles que o apoiaram e ajudaram foram apenas ferramentas de campanha que já estão jogados a um canto. Eleitores ? Ah, isto é assunto para daqui a 4 anos. Compromissos nada mais são do que palavras jogadas ao vento para enganar trouxas. A ética e a moral, suas qualidades que o trouxeram até ali, são apagadas de seu raciocínio. Sua palavra, que todos tinham como a verdade, soa agora como deboche, como piada do dia. Não convence mais ninguém. Mas ele insiste. Afinal, ele é a verdade e a razão de tudo.
No rastro de seu mandato ele vai derrubando seus amigos e parceiros, que caídos em terra fértil da oposição brotam como tiririca e se alastram forte como a braquiária. No silencio de sua revolta pessoal, como uma aranha tecendo sua teia, aquele que foi traído e humilhado não medirá forças para lhe causar danos políticos. E aqui está a verdade: Quando se ganha um eleitor ganha-se um voto. Quando se “mata” um parceiro político perde-se muitos votos.
Será a intensidade desta ação autodestrutiva que determinará a longevidade do político.
Então, caro político de plantão, como está tratando seus parceiros ? Como está cuidando de seus compromissos e promessas ? Lembre-se 2012 é amanhã ! Boa sorte !

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