A eleição na Espanha foi uma demonstração e o reflexo de como uma situação econômica/política pode alterar prognósticos. José Luiz Zapatero tinha certeza, até alguns meses atrás, de uma vitória tranqüila. Mas vieram as dificuldades econômicas, o desemprego em massa, com índices alarmantes de quase 20 %, ou seja, de cada 10 espanhóis, 2 estariam desempregados. Mas a maior verdade veio a tona. Este desemprego elevado estava atingindo diretamente os jovens. Sejam os recém-formados ou os que estavam chegando à idade de começar a trabalhar, o que se via era a falta de oportunidades e a imobilidade do governo na busca de soluções.
E veio o castigo. Cerca de 10 % do eleitorado era formado por jovens recém chegados à idade eleitoral e foram eles que determinaram a derrota dos Socialistas Espanhóis, no Governo a mais de 12 anos.
Dito isto, volto a alertar nossos políticos aqui do Reino Encantado de Extrema. Serão nossos jovens o pêndulo de nossas próximas eleições. Quem quiser, e tiver interesses, que trate de se aproximar dos jovens e buscar conhecer suas necessidades, seus anseios e suas expectativas.
Não falo aqui de jovens de oposição ou de situação, mas dos jovens que em 2008 tinham apenas 13, 14, 15 ou 16 anos incompletos e ainda não votavam, mas que agora farão parte de nosso eleitorado. Minhas pesquisas indicam que em 2012, nas eleições, teremos entre 2.000 a 3.000 jovens novos eleitores. Fazem ou não fazem a diferença ?
Extrema realmente cresceu e se desenvolveu. Hoje vivemos praticamente uma situação de pleno emprego. Desde os anos 70 eu não via tanta oferta de emprego. Basta abrir os jornais. Mas então porque temos tantos jovens desempregados ? A explicação é simples e só não vê quem não quer. Falta aos jovens o conhecimento, a profissionalização, o aprendizado, a especialização. Mas este fenômeno não acontece só em Extrema. Está em todo o país.
Todos querem fazer uma Faculdade, Universidade, mas poucos vão para uma Escola Técnica. Atualmente um Torneiro Mecânico mal termina seu curso no Senai e já tem muitas ofertas de emprego e para ganhar muito mais que um Advogado recém formado, ou um Administrador de Empresas que acabou de receber seu diploma.
As empresas se limitam a exigir, em suas ofertas de empregos, Experiência anterior. Mas ensinar o jovem ninguém quer. Ninguém investe, nem o Estado nem as empresas, na formação profissional do jovem. Os resultados estão aí. A revolta jovem !
Muitas empresas preferem trazer mão-de-obra pronta de outras regiões, arcando com custos elevados, pagando aluguéis, transportes, viagens, bônus, etc. Porque não investiram para desenvolver mão-de-obra local. Anos atrás, quando chegava ao meu conhecimento que uma empresa estava por vir para Extrema, eu já mandava uma carta à sua diretoria para sugerir duas coisas: A construção de uma Vila Operária para seus futuros funcionários e o treinamento de mão-de-obra local, levando os jovens para suas fabricas para serem treinados. Já antevia estes dois problemas. A falta de moradias e aluguéis caros e a dificuldade para se encontrar trabalhadores treinados. Uma Vila Operaria seria um forte atrativo, além de solução, para manter a necessária fidelidade e a preservação do investimento em treinamento. O desenvolvimento profissional do jovem dentro da empresa traria qualidade e compromisso.
Vamos lá, senhores. Conversar com nossa juventude e encontrar soluções enquanto é tempo. Uma indústria gasta milhões para se instalar na cidade. E para desistir, outros milhões.A solução está aqui. Aqui estão os trabalhadores.
quarta-feira, 25 de maio de 2011
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