Esta semana e semana passada li vários artigos versando sobre o problema da falta de mão de obra especializada em todos os segmentos industriais, numa clara demonstração de que o problema cresce a velocidade assustadora.
Muitos empresários reclamam da falta de competitividade de seus produtos em relação a outros países, principalmente China e India, de quem o Brasil vem aumentando suas importações de forma espetacular. Desde que a economia brasileira se internacionalizou a coisa começou a ficar difícil. Se por um lado o consumidor passou a ter acesso a melhores produtos, maior tecnologia, menores custos, o país perdeu empregos, pois passou a consumir mão-de-obra em outros países.
Não bastasse o nosso chamado “Custo Brasil”, que entre muitos custos carrega os custos trabalhistas, onde um empregado custa para a empresa praticamente 100 % de seu próprio salário e os impostos, estes os maiores do mundo, agora passamos a viver a defasagem tecnológica de nossa mão-de-obra. Quem sabe trabalhar, é técnico e tem formação está sendo disputado a laço, ganha bons salários. Com isto pode pagar boas escolas a seus filhos, que também serão bons profissionais e assim vai se formando o DNA de um país em desenvolvimento. Uma verdadeira casta profissional.
Mas e o outro lado da pirâmide, a base ? O cidadão não tem oportunidade de estudar, de aprender uma profissão técnica. As empresas procuram pessoas com experiência. Logo, seus filhos também não terão acesso ao crescimento profissional e aí teremos gerações de serventes, auxiliares e que receberão apenas o salário mínimo. O DNA de um país atrasado, estagnado e vitima da falta de ação política.
A geração de emprego é uma necessidade real, em qualquer país, mas é preciso também gerar renda, bons salários e isto não está acontecendo.
E os empresários, fazem o quê ? Tentam se adaptar à realidade, às suas necessidades. A empresa precisa sobreviver. A Vida segue. Os empregados são apenas números.
Cabe ao Governo Federal as ações que possam trazer uma nova luz. Claro que o governo não tem como ensinar uma profissão ao cidadão, isto quem faz é a indústria. Mas quem vai pagar por este aprendizado ? A empresa não tem mais fôlego nem dinheiro, nem espaço, nem tempo , mas precisa de mão de obra qualificada, que vai ficando cada vez mais rara e mais cara. E vai parando de produzir. Prefere importar.
Não há mais saídas, a não ser com a participação federal através de programas que desonerem as empresas no treinamento e formação profissional, além de uma revisão nos tributos trabalhistas que possam diminuir o custo de produção e melhorar a renda salarial.
Se as empresas deixarem para o governo e o governo deixar para as empresas vai sobrar é para o pobre do trabalhador. Na verdade, não vai sobrar. Vai é faltar. Val faltar emprego, vai faltar salário
terça-feira, 12 de abril de 2011
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