A empresa Taiwanesa Foxconn vai investir no Brasil US$ 12 bilhões para a produção de displays e fabricação de IPad´s. E Minas Gerais já entra na disputa pelo investimento. Esta é a notícia. Vamos desfiar.
O Vale da Eletrônica, no Sul de Minas é forte candidato, apesar do interesse de outros Estados como São Paulo, onde a Foxconn já tem duas unidades e Rio de Janeiro. O detalhe importante é que este tipo de indústria requer imediata mão-de-obra especializada, técnica e pronta para produzir. E pelo tamanho do projeto fala-se em 100 mil empregos, dos quais, 20 mil só de engenheiros. Onde teríamos este contingente profissional ?
Ou esta gente vai mandar os empregados para o Brasil ou os números estão sendo chutados a torto e a direito. Podemos juntar toda a população do Vale da Eletrônica e não teremos ocupados todos os empregos. Então vamos dar um desconto e imaginar que aqueles investimentos virão em conta-gotas e algumas unidades serão construídas mais para justificar a produção local e esta, com certeza, será feita através da simples montagem sendo peças e equipamentos importados de Taiwan. Aí a coisa fica mais palatável.
Havendo necessidade de mão-de-obra especializada, havendo necessidade da proximidade aos grandes mercados consumidores e aos canais de distribuição, estas unidades produtivas deverão estar próximas de São Paulo. E aí vamos nós. Extrema será, mais uma vez, uma das cidades procuradas para a implantação destes projetos. É esperar para ver. A considerar que o diretor da Foxconn disse, a pouco mais de 6 meses, que no Brasil basta falar a palavra futebol e ninguém mais trabalha, além das danças. Ou seja, com esta visão do país fica meio difícil acreditar neste investimento.
A chegada da Panasonic foi o primeiro passo na diversificação industrial em direção à tecnologia de ponta. Começamos com as fundições, as metalúrgicas, as alimentícias e agora vamos em direção às de tecnologia e do couro sai a correia. Atrás de uma Panasonic virão outras do mesmo segmento. Oxalá esta Foxconn seja uma delas.
A considerar, e novo, a política trabalhista desta empresa em suas origens que já causaram o suicídio de muitos empregados. Que nossas autoridades estejam atentas não só para os dólares a serem investidos, se for o caso, em nossa cidade, mas também na política salarial, nos benefícios e nas condições de trabalho. Extrema já ganhou musculatura política e industrial suficiente para fazer algumas exigências a quem por aqui pretende se instalar.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
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