terça-feira, 20 de dezembro de 2011

CONTROLANDO O CONTROLADOR

É normal o cidadão comum jogar toda responsabilidade pelos atos da administração municipal sobre os ombros do Prefeito, sem ao menos parar para pensar que existem muitas pessoas envolvidas naqueles atos. Mas no fundo, o cidadão tem razão. Afinal, o Prefeito é seu legítimo representante, por força do voto, e deve ter a responsabilidade, sim.

Porém, uma administração exige, obrigatoriamente, uma divisão de tarefas e poderes e isto é feito através da distribuição de responsabilidades À funcionários de confiança. A realização de obras, a distribuição de verbas, nomeação de pessoas, escolha de fornecedores, preparação de licitações e mais uma porção de ações que fazem a administração funcionar passam a ser feitas por aqueles funcionários escolhidos. Mas não se pode esquecer que a responsabilidade destes atos continua a ser do prefeito.

Ocorre, quase sempre, que alguns funcionários não estejam preparados para receber, e exercer, tal poder e passam a agir meio “fora de comando”, tomando atitudes que nem sempre seriam a marca do Prefeito, e muito menos do modelo administrativo implantado.

É aí que entra o tal Controle dos controlados. Gente que é colocada em cargos exatamente para fiscalizar aqueles a quem foi distribuído o poder. São os chamados Cargos de Confiança, Assessores, Diretores, etc. Mas isto seria suficiente ? Em grandes Administrações, mais complexas, acaba-se criando um grupo de pessoas cujas funções seria controlar e para isto lhes são dados algum tipo de poder. E quanto estes também começam a agir fora dos “princípios” desejados ? Ora, cria-se outro grupo de Controladores que irão controlar os Controladores dos controlados. Um verdadeiro samba do crioulo doido, pois isto nunca terá fim.

O administrador que quiser evitar este problema deverá levar em conta os comentários de uma imprensa livre, considerar sempre as críticas, principalmente da oposição, estar atento a todos os movimentos e ações. Acreditar sempre no velho ditado: “ Onde tem fumaça, tem fogo”. O bom administrador, aquele que tem a exata noção do que fazer, e como quer fazer, saberá identificar entre seus colaboradores aqueles em que pode confiar, que estão realmente envolvidos com o compromisso de bem representar a sociedade, assim como saberá excluir no devido tempo os que podem prejudicar seu trabalho.

Não tem como um administrador ficar controlando os controladores, mas deve criar mecanismos e estar com a sensibilidade “ à flor da pele” para identificar quaisquer irregularidades, sejam elas de desempenho, de planejamento, abusos ou até mesmo de pura incompetência e corrigir a tempo antes que se torne um problema de administração.

Afinal, ele foi escolhido pelo povo e pelo povo será julgado. Controlados e Controladores são pessoas de sua indicação.

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