Tempos atrás escrevi aqui, em tom de brincadeira, que já haviam extremenses com o peito estufado de orgulho dizendo que em breve Bragança seria cidade dormitório de Extrema e que Itapeva e Camanducaia fariam parte da Grande Extrema.
Mas agora a coisa parece ser mais séria. Leio artigo no jornal BRAGANÇA-JORNAL DIARIO, edição de 16 de julho de 2011, a matéria “ É preciso olhar para a frente”.
Diz o jornal sobre dificuldades que foram criadas para a instalação de empresas na cidade, a burocracia e a falta de incentivos. Faz referencia a uma empresa do setor de papéis que já está na cidade e planeja um Centro de Distribuição.
Na matéria o jornal cita Extrema como exemplo a ser seguido. Destaca que Extrema é a 2ª colocada no ranking mineiro com maior número de industrias, só perdendo para Betim, que tem 430 mil habitantes enquanto Extrema tem só 30 mil. Cita as diversas empresas que já estão na cidade, elogia a política municipal de incentivos e solta esta informação, que grifo:
“ Anote-se que, a continuar como está, a tendência de Bragança Paulista será a de se transformar em uma “cidade dormitório”, mesmo porque não se vislumbra nesses municípios mais avançados em termos industriais, preocupação tão grande com a construção de moradias populares....”
Tem razão o Jornal, em parte, no seu comentário sobre Extrema. Sabemos que um grande número de pessoas que trabalham em nossas industrias, principalmente executivos, moram em Bragança. Mas se equivoca ao comentar que Extrema não teria preocupação com moradia popular. Extrema ostenta dois Conjuntos Habitacionais( Roseira I e Roseira II ) no Bairro Roseira com mais de 200 casas. O Conjunto Tenentes I com mais 100. Estão em fase de construção o Tenentes II com 153 casas e logo se iniciarão as obras do Tenentes III, com mais 100 casas. Paralelamente, estão em obras os 2 Conjuntos de Apartamentos da Vila Rica, com 144 unidades. Novas áreas estão sendo adquiridas para futuros novos Conjuntos Habitacionais.
Na verdade, Extrema é uma das cidades do Sul de Minas que mais investe em moradia popular e a que mais cresce em construção civil. Mas, tem razão o Jornal e isto não seria demérito nem para Bragança nem para as cidades vizinhas a Extrema. Pelo contrário, seria vantagem econômica, pois Extrema está exportando capital. As pessoas trabalham na cidade, recebem seus salários e vão gastar em Bragança.
O que fica para a cidade é a geração de impostos pela produção daquelas pessoas e esta pode ser a parte positiva de um processo complexo. Quando mais gente passa a viver na cidade, maiores gastos com infra-estrutura a cidade teria. Quando estas pessoas apenas produzem e vivem em outra cidade Extrema ganha e economiza. Ganha no aumento de seu orçamento pela geração de impostos pela industria e economiza por não ter que disponibilizar uma estrutura necessária para atender àquelas pessoas. Vamos aumentar a arrecadação e utilizar a infra-estrutura das outras cidades. Neste meio, perdemos os salários, ou parte deles, que serão levados. Mas aí fica aquela velha historia. Vão-se os anéis mas ficam os dedos.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
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