Lembro de já ter escrito um artigo sobre a preferência de
nossos jovens pelos cursos de administração, direito, economia, e outros. E
também comentei que na Europa, desde muitos anos, a preferência era por cursos
técnicos, de formação profissional especializada.
O certo é que o jovem precisa, primeiramente, buscar uma
formação que o qualifique para os mercados de trabalho mais em evidencia, e,
posteriormente, buscar a formação cultural de seus ideais.
E o Brasil chegou neste estágio muito mais rápido do que eu
imaginava.
Pesquisas mostram que entre 2011 e 2012 a procura por
cursos de Engenharia foi a que mais cresceu, sendo a graduação em Engenharia
Civil a primeira no ranking, com 49,2 % de crescimento, seguida de Engenharia
de Produção, 26,5 %, enquanto que Direito, 5, 6 % e Administração, 1 %, foram as que mais caíram.
Bem provável que isto seja reflexo da divulgação em massa da
falta de engenheiros no país. Já se fala em um “apagão” da mão-de-obra de
engenheiros e que o Brasil estaria importando engenheiros até da China.
E existe um fundo de verdade em tudo isto. Basta ver a
quantidade de novas industrias que se instalaram no país, principalmente na área automobilística.
Na área petrolífera já é de conhecimento geral que o país não atende suas
necessidade em termos de profissionais e a “importação” destes já é corriqueira.
O desenvolvimento pelo qual o país passa faz com que o
mercado da construção civil esteja necessitando cada vez mais de profissionais e as
pesquisas para desenvolvimento de alimentos também precisam da engenharia de
alimentos.
Bons empregos e bons salários são os atrativos para estes
cursos, mas nem tudo é rosa com bolinhas azuis. Muitos preferem os cursos de
humanas por um certa aversão à Matemática e Física. De olho neste problema, as
faculdades que estão recebendo esta enxurrada de novos alunos para Exatas tem
disponibilizado aulas especiais de matemática e física para estes alunos, para que não ocorram no médio
prazo uma elevada evasão.
Outra característica interessante é que empresas do sistema
financeiro tem contratado com mais freqüência estudantes oriundos dos cursos de
Engenharia, interessadas em seu raciocínio lógico.
Aqui em Extrema temos o SENAI que está formando centenas de
técnicos, que já saem da escola qualificados para exercerem sua nova profissão,
atendendo a demanda das industrias.
A Faex tem em sua grade vários cursos formadores de
profissionais especializados, como Engenharia de Alimentação, de Computação,
Mecânica, Civil, etc. para que nossos jovens possam estar se preparando para
uma vida profissional rentável. No futuro, quando sua renda estiver garantida,
poderá fazer cursos como Literatura,
Geografia, Arquitetura, Letras, Psicologia, e outros que irão enriquecer sua
formação cultural.
A verdade é o Brasil tem hoje uma déficit de mais de 150 mil
engenheiros. O Basil tem atualmente 6 engenheiros para cada 1.000 habitantes,
enquanto que no Japão e EUA a proporção é de 25 para 1.000 habitantes. Estamos
atrasados.
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