TRUCO ! SEIS TONTO !
Em todas as grandes capitais, e até em algumas grandes
cidades, a campanha política considera sempre a realização de um, ou mais,
debates entre os candidatos, realizados sempre por emissoras de TV ou rádio,
planejados por profissionais, jornalistas políticos e representantes de toda a
mídia.
Extrema, a pequena grande cidade do Sul de Minas, com sua população
de 30 mil habitantes, mas cobiçadíssima por todos os partidos políticos, parece
querer entrar na moda e fazer também seu debate entre candidatos.
Mas esquecem-se, os políticos dos partidos que desejam
conquistar o poder na cidade, que em cidades pequena como Extrema o “debate”
com o prefeito acontece durante o ano todo, nos quatro anos de mandato.
Sabe-se que o atual prefeito recebe em seu Gabinete, uma vez
por semana, cerca de 50 pessoas em média para um “debate”, uma conversa frente a
frente. O cidadão tem a oportunidade de sugerir, solicitar, criticar,
perguntar, contestar. Este é o melhor debate que pode existir.
São “debates” com mais de 200 pessoas por mês, 2.400 pessoas
ao ano, mais de 10.000 pessoas em quatro anos de mandato. É nestes encontros
cordiais que ocorre a conversa amigável e franca entre o prefeito e o cidadão.
Chegada a época de nova eleição, da campanha eleitoral, a
maioria da população já sabe o que o prefeito fez, deixou de fazer, e deverá
fazer no próximo mandato.
Os novos candidatos, que almejam conquistar a prefeitura,
tem suas propostas e suas idéias e, claro, precisam passar isto aos seus
eleitores, que irão julgar se realmente ele tem capacidade para realizar aquilo
que está prometendo. Mas esqueceram de fazer isto durante os quatro anos antes
desta eleição.
Extrema, com sua pequena população e sua paixão política,
não teria pessoas totalmente isentas, politicamente falando, para promover um
debate entre os três candidatos. De uma forma, ou de outra, praticamente estão
todos envolvidos com algum candidato, às vezes até profissionalmente, prestando
serviços.
O clima político em nossa cidade sempre primou pelo ódio pessoal. Não
existe a menor condição de se realizar qualquer tipo de debate sem que a coisa
descambe para o lado pessoal, pois muitas sementes foram plantadas nestes anos
todos.
Temos três candidatos à prefeito. Um, que disputa a
reeleição, acredita que já “debateu” com o eleitor durante os últimos quatro anos, e que o grande debate se
dará no dia 07 de outubro, nas urnas. Outro, tendo sido vereador durante 8 anos, nunca se
interessou pelo povo e pelo eleitor, sua atuação na Câmara Municipal nestes 8 anos foi pífia.
Seu Gabinete atendeu apenas 100 pessoas nos últimos 4 anos. Muito pouco para
quem agora quer debater projetos. Deveria ter feito isto bem antes, com seus
eleitores. A terceira candidata não teria “tique” político para
qualquer tipo de debate. Jamais exerceu qualquer cargo político e simplesmente
adota os projetos federais do PT como ferramentas para sua administração, se eleita.
Como não poderia deixar de ser, ambos adotam o velho costume
de criticar tudo. Está tudo errado, nada funciona, a cidade está acabada e “eu”
vou consertar tudo. “Eu” tenho a solução
mágica para todos os males. Quem sabe tudo e pode tudo não precisa debater.
Nesta toada, seria lógico que os dois candidatos novos se “debatam”,
discutam suas idéias, ou simplesmente se unam para criticar as idéias daquele
que está no poder. Lula, quando
disputava seu primeiro mandato também ignorou um debate.
Parece é que os tempos de debate já se passaram.
Enquanto as cigarras voavam e cantavam, a formiga trabalhava. Como se diz na
roça, quem planta colhe e quem plantou sabe o que vai colher.
Ouvi dizer que
pesquisas indicam um candidato com tamanha preferência que a própria empresa que realizou a pesquisa aconselhou a
não divulgação da mesma, pois poderia parecer manipulação de números.
Então, a sorte estaria lançada. Chega-se na reta final.
Agora o negócio e um bom comício de encerramento, as famosas carreatas para
demonstração de força e apoio político, e vamos às urnas.
Só um vai ser eleito
e o eleitor é quem dá as cartas e joga de mão.
Como naquele jogo tão divertido, só resta uma alternativa: Trucar.
- Nada por nada, truco ! Diria um.
- Num quero, diria outro.
- Seis, tonto ! Diria
um terceiro, já confiando no zap guardado.
Na política é assim. Quem faz ganha. Quem pretende fazer, tem que
ganhar. Quem não tem condição nem de fazer, nem de ganhar, bota as cartas no
monte.
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