segunda-feira, 6 de agosto de 2012

MALDADES E BONDADES


Com esta crise financeira que graça pelo mundo todo o governante vai vendo seu orçamento minguar, encolher. E aí não vai ter jeito. Medidas amargas, as chamadas “maldades” precisarão ser tomadas, pois a Lei de Responsabilidade não permite gastar mais do que se arrecada.

Com a conjuntura atual, e o encolhimento do orçamento, as lições de Maquiavel acabam sendo muito importante. A dosagem de medidas, impopulares e populares,  precisa estar calibrada no sentido de manter em alta a imagem de quem governa, sem colocar em risco toda a administração.
Em sua obra “ O Príncipe” (1513/1514), Maquiavel alertava sobre a necessidade de se manter a estima do povo e isto exigiria muita generosidade. Porém, o excesso de generosidade logo deixaria o povo mal acostumado e seria difícil mantê-lo sempre satisfeito ( alguma comparação com Extrema ? ).

Então Maquiavel recomendava que medidas impopulares, as chamadas “maldades” precisam ser levadas a cabo de imediato, com profundidade e objetividade, para que o problema seja resolvido de vez e o governante não tenha que ficar repetindo-a.

Enquanto que as chamadas “bondades” devem ser aplicadas em doses homeopáticas, para irem surtindo os efeitos desejados no decorrer do tempo e com isto o governante mantém-se sempre querido e admirado.

Esta posologia é o segredo de uma administração de sucesso. Eficiência na aplicação das “maldades”  e gradualidade na aplicação das “bondades”, que devem ser reservadas para aplicação, preferencialmente, no último ano de mandato, pois isto fará com que se encerre um trabalho com chave de ouro e a simpatia dos eleitores seja conquistada.

A Política não pode ser vista apenas como a arte em saber escolher as pessoas, mas também  saber misturar. Como na Medicina, é preciso diagnosticar o mal e depois determinar o remédio a ser usado e sua quantidade correta, em alguns casos misturando mais de um medicamento, e tudo em doses planejadas, para não matar o paciente em vez de curá-lo.

A Posologia das “maldades” e “bondades” é que fazem o segredo do político de sucesso. 

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