Estamos nos aproximando das eleições municipais e logo teremos novos políticos eleitos, ou reeleitos e, por conseguinte, haverá necessidade da escolha de assessores.
Todo político que venha a ocupar um posto, ou já esteja
ocupando, vai necessitar de um bom assessor, e em tempo integral. Este deve
reunir algumas qualidades básicas atinente à confiança e qualificação
necessárias para o desenvolvimento da função.
Praticamente é impossível ao político atual desenvolver seu
trabalho sem ter um assessor ao seu lado. E dependendo do porte do político,
mais de um. Porém, a função ainda não recebeu o devido valor e a importância
que ele representa no dia-a-dia do político. Para alguns, o assessor é uma
obrigação, é praxe. Para outros, uma necessidade, indispensável.
Mas afinal, o que faz um assessor ? Sua função é complexa e
suas atribuições e responsabilidades serão sempre determinadas pelo chefe
político, que de acordo com sua representatividade política exigirá mais, ou
menos, de sua assessoria.
Geralmente, principalmente no nível da Câmara Municipal, o
assessor é o “faz-tudo” do político e acaba se envolvendo em todas as atividades, todos os problemas e soluções e às vezes até cuidando de assuntos particulares. Já
no nível da administração municipal o assessor passa a ser uma “escada” para se
chegar ao chefe e também um “pára-raios”, para evitar “saias-justas”, além de
cuidar do relacionamento entre departamentos e os cidadãos. Neste nível existe
também a assessoria técnica, consultada de acordo com os problemas e suas
especialidades.
Independente de quais sejam suas funções, o assessor
político será sempre um conselheiro, considerando sua lealdade, experiência,
informações e sua melhor condição de orientar seu chefe com críticas, sugestões
e alertas.
Maquiavel dizia: “ a única forma de um político proteger-se
da bajulação é fazer as pessoas entenderem que não o ofendem por falar a
verdade” A relação de lealdade e de confiança entre um político e seu assessor
confirma Maquiavel. Mesmo que a verdade possa ser dolorosa ou causar
desconforto o assessor não deve deixar de aplicá-la, porém, com cuidado para
não ultrapassar o limite. Muitos assessores cometem este tipo de erro, com
conseqüências até graves.
Muitas das tais verdades só devem ser ditas em conversas
reservadas.
O assessor deve ter a correta percepção do momento ideal
para dizer-las, considerando os problemas e os incômodos do momento na vida
política do chefe.
Será sempre de bom tom que o assessor espere que o Chefe
peça sua opinião ou que aborde determinado assunto.
Mais uma vez citando Maquiavel: “ quando todos podem
dizer-lhe as verdades, perdem o respeito por ele”. Por isto existe a lógica de
que será sempre do Chefe a iniciativa de levantar uma questão ou um tema. Cabe
ao assessor esperar que seja consultado, salvo se, especialmente, tiver
informações que possa de alguma forma afetar seu chefe. Aí sim, e de forma
reservada, deverá levar ao conhecimento.
O político sempre buscará conselhos, mas o fará quando
sentir que está precisando, e não quando outras pessoas o querem aconselhar.
Qualquer assessor que agir diferente estará correndo o risco de ultrapassar os
limites da boa assessoria. Mesmo que um relacionamento antigo e de muita confiança
ofereça-lhe esta liberdade, deverá saber usá-la com muito critério e economia,
ou acabará perdendo credibilidade.
Se o assessor concluir que é preciso tratar do assunto
deverá escolher o momento mais adequado, a sós com o chefe e aí, então, colocar
os fatos, sugestões e orientações. Mas o ideal é que a iniciativa seja sempre
do chefe. Independente disto tudo, o assessor tem a obrigação de proteger
sempre o político para o qual trabalha.
Ocorrendo alguma conversa com a participação de terceiros e,
nela, sua opinião seja solicitada pelo chefe e você sentir que o assunto, ou a
resposta, não deveria ser tratado ali, procure desviar-se da questão e depois,
a sós com ele revelar seu ponto de vista e o porquê de ter evitado responder
antes.
Lembre-se que atrás de um bom político sempre haverá um bom
assessor. Então, você, que está prestes a ser eleito, já escolheu o seu ?
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