Pedro Canário, pequeno município do Estado do Espirito
Santo, com uma população de 24 mil habitantes. PIB geral de R$ 172 milhões, PIB
per Capta de R$ 7 mil e IDH 0,673.
A cidade tem um Hospital municipal, mas a maior parte da
população tem no “ônibus da madrugada” a única esperança para cuidar de seus males de saúde.
É um ônibus que vai passando desde a 01,00 hora da madrugada
por alguns pontos da cidade para levar os moradores até a Capital do Estado, a
250 kms, em busca de atendimento médico.
Extrema, pequeno município do Estado de Minas Gerais, com
uma população pouco maior que 24 mil habitantes. PBI geral de R$ 1,25 bilhões.
PIB per Capta de R$ 47,6 mil e IDH 0,781.
Extrema tem um Hospital Municipal em fase de construção e a
população faz uso de Hospital Particular da cidade através de convênios com o
SUS. Onde todos são atendidos.
A população toda tem atendimento médico nos PSF´s dos
bairros, no Pronto Atendimento, no Materno Infantil, e dos médicos de família, por conta da municipalidade, além da Farmácia
Municipal que atualmente custeia 50% das necessidades de remédios das pessoas
carentes.
O Hospital local, uma unidade público-privada, atende
praticamente a todas as emergências, através do SUS, direcionando casos mais complexos para
cidades próximas, com mais recursos médicos, transportando os pacientes em
ambulâncias municipais para pacientes do SUS.
Está prevista a inauguração ainda este ano do Pronto
Atendimento Hospitalar, ampliando as condições de atendimento emergencial, pois
contará com Centro Cirúrgico. Já existem 2 UTI móveis para transporte de
pacientes com segurança e acompanhamento médico. O Hospital público-privado
inaugura este mês uma UTI completa para atender convênios e SUS.
Enquanto em Pedro Canário faltam creches e escolas, Extrema
acaba de inaugurar a maior EMETI-escola em tempo integral, do Brasil, para 600 alunos e ainda este ano
vai inaugurar mais uma creche para 250 crianças e uma nova escola para 500
alunos.
É sabido que transferências federais levam em conta o nº de
habitantes. Logo, por esta ótica os dois municípios estariam recebendo valores
parecidos. Onde estaria então a diferença ?
A resposta está no PIB geral. Extrema tem um PIB nove vezes
maior que Pedro Canário. Isto se origina do grande número de indústrias e
empresas instaladas em Extrema que geram uma arrecadação imensa de ICMS e IPI.
Coloco estas comparações apenas para que se entenda que
estes benefícios só são possíveis quando a cidade se desenvolve e cresce.
Enquanto lá, naquela pequena cidade, faltam empregos, em Extrema sobram vagas e
cargos. Enquanto naquela cidade muita gente viaja horas para chegar a um
emprego, em Extrema mais de 2.000 pessoas chegam diariamente de outras cidades
próximas só para trabalhar.
Extrema tem uma renda per Capta de cidade grande, só perde
para Betim. É maior do que da própria capital, com R$ 17,3 mil.
Se existe esta renda Per Capta é porque existe dinheiro
circulando na cidade. A prova disto é a existência dos 5 maiores bancos do país
com agencias na cidade. Itaú, Bradesco, Santander, Brasil e Caixa mantém suas
agências diariamente lotadas.
O Denatram indicava, ano passado, 12.000 veículos
licenciados em Extrema, o que daria a fantástica média de 1 veículo para cada 2
habitantes, isto sem falar em motos, em grande quantidade. Muitos reclamam de baixos salários, mas esquecem de falar da falta de capacitação profissional. Uma empresa não poderia pagar 800 reais para um engenheiro ou gerente, pois ele não viria trabalhar, como também não iria pagar 3.000 reais para um ajudante geral. Tudo tem seu valor, tudo tem seu tempo. O fato é que não se compra carros e motos com salário mínimo.
Uma rápida passagem pelo novo conjunto habitacional, com casas populares, para assalariados, já dará o tom deste argumento. Muitas casinhas com o carro estacionado na porta. Ou seja, para quem quer trabalhar e ganhar existem oportunidades.
E isto tudo a cidade conquistou em 20 anos. Tão rápido que os
problemas começam a aparecer e exigem ações engenhosas para corrigir. A demanda
por habitação está acima da disponibilidade de imóveis. Com isto preços de
imóveis e de aluguéis crescem de forma anormal. Faz-se necessário planos
habitacionais maiores e mais urgentes, além do incentivo à construções
particulares agilizando as liberações de novos projetos.
A cidade já conta com mais de 5.000 crianças matriculadas
nas escolas e creches. No hospital da cidade nasce, em média, mas de uma classe
por mês, mais de 12 por ano. Há que se construir mais escolas e mais creches na
mesma velocidade do crescimento. É impossível fazer parar de nascerem crianças.
Estima-se que 25 % da população seja formada por idosos e
outros 25 % por crianças de até 10 anos. Com isto a demanda por Saúde é imensa.
Cidades menores da região se utilizam da estrutura de Extrema para a saúde de
seus habitantes e isto sobrecarrega o sistema local.
Um Hospital Municipal está em fase de construção e deve ter
acelerado seu término. Paralelamente se constrói um Pronto Atendimento
Hospitalar, que como diz o nome, terá características de Hospital, inclusive
com Centro Cirúrgico, para atendimentos emergenciais.
O Hospital público-privado disponível hoje está assoberbado,
seja pela grande quantidade de convênios
com as empresas, seja pela grande quantidade de atendimentos através do SUS.
Aquele enorme número de veículos existentes na cidade já
causa transtornos nas horas de pico, pois as ruas centrais não dão conta do
movimento. Logo se fará necessária a criação de zonas azuis regulamentando o
estacionamento. Ruas antes tranqüilas, com raros carros passando por ela,
passarão a ser corredores comerciais, valorizando os imóveis, mas expulsando
seus moradores para regiões mais distantes do centro, se quiserem
tranqüilidade. Talvez uma mudança interessante, que somará tranquilidade a uma independência financeira com o lucro obtido.
Isto é parte do que se ganha, ou perde, com o crescimento
muito rápido de uma cidade.
Tem quem gosta, porque se ganha mais dinheiro, mais
oportunidades, seja profissional ou comercial, mais qualidade de vida com boas
escolas, Saúde, e tem que não gosta, pois perde-se o sossego, a segurança da
convivência com as mesmas pessoas de sempre, a chegada de “forasteiros”.
Enfim, nunca todos estarão satisfeitos e quando uma cidade entra
neste círculo virtuoso nada a fará mudar. Todos terão que se adaptar. São
Paulo, há 100 anos era uma cidade pacata
e tranqüila para se viver. Hoje é o que é.
O que Extrema precisa é agora encontrar seu ponto de
equilíbrio e partir daí se organizar para ser uma das melhores cidades do país
para se viver. E fazer isto o quanto antes.
Sugestões podem ser feitas, Quem as tiver, podem colocar. Eu
já mando algumas.
- Ampliação da zona urbana para que mais casas possam ser construídas.
- Estruturar os novos bairros com rede de esgoto, asfalto,
iluminação pública.
- Já temos Escolas, creches e PSF,s em alguns bairros
rurais. Então, transformá-los em urbanos.
- Agilizar a
liberação e aprovação de projetos construtivos.
- Fiscalizar as novas construções para se evitar o favelamento.
- Asfaltar os acessos aos novos bairros para incentivar uma
rápida ocupação.
- Renegociar e exigir da Copasa e da Bragantina o
cumprimento do que foi contratado.
- Negociar com a Policia Militar a colocação de Postos
Policiais nos bairros mais distantes,
Podendo ser
instalados ao lado dos PSF,s, já presentes em quase todos os bairros.
- Criar uma Empresa Municipal de Transporte Coletivo, operando
com Kombis, ou Vans, com
Tarifas subsidiadas,
para atender Bairros onde a Sul Mineira,
por questões econômicas,
Ainda não atende em
função da baixa demanda.
Com todo respeito e consideração àquele povo Canarense, o
povo Extremense vive, sem perceber, as melhores condições que uma pequena
cidade deste país pode viver. E vai ficar cada vez melhor. É só querer
continuar assim.