quinta-feira, 24 de novembro de 2011

BRIGAR PARA GANHAR

O que diferencia um bom político é a sua capacidade em safar-se bem de um conflito. E conflito é o que não falta em política.

Aliada a esta qualidade está também a de saber escolher seus inimigos. Isto mesmo ! Escolher seus inimigos, e para isto existem algumas técnicas que já se tornaram normas. Por exemplo, escolher como inimigo aquele que mais ameaça possa representar aos seus objetivos, e estar certo de que pode derrotá-lo.

Ao mostrar publicamente que não o teme, e que pode vencê-lo, irá atrair eleitores até de outros candidatos em função da sua firmeza, de sua mensagem e de sua aparente força política. O conflito, na política, seria como uma partida final de futebol onde não se permite, ou se admite, o empate. Definitivamente haverá um vencedor. Tudo se transforma em verdadeira batalha, que envolve não só os políticos, mas também os Partidos, os eleitores, os formadores de opinião e os críticos. Seria o óbvio chamar o conflito na política de “briga”, e esta “briga” acaba por ser apresentar por prismas diferentes;

- Liquidar o adversário.

Mesmo que isto custe seu próprio sucesso. Esta seria a “briga” do ódio. Transforma-se uma luta política em diferença pessoal. O político que se deixar levar por este caminho estará condenado ao fracasso.

- Cozinhar o adversário.

Existe aquele tipo que em fases anteriores gozava de elevado status político, era alvo de gestos de deferências e de grande consideração. Este tipo esquece que a política é cínica, temporal e oportunista, mas ele espera sempre que as demais pessoas se adaptem a ele. Este tipo acaba desenvolvendo uma sensibilidade exagerada, julga-se sempre perseguido, nada que o contradiga passará em branco, pois sempre vai querer contestar e explicar. Para este tipo a perda do antigo poder e da falsa ilusão de grandes amizades não foi ainda assimilada. Ele não consegue ainda escolher seus inimigos políticos. Por isto vai sendo “cozido” pelos políticos mais espertos.

- Abrir caminho “a tapa”.

É normal que o político que está atrás, nas preferências, ou cujo espaço político tenha se tornado muito estreito, busque o confronto com aqueles que estão na frente ou com pessoas relacionadas a eles e com o poder estabelecido. Assim, se conseguir atrair para o confronto aqueles que estão em destaque conseguirá um “upgrade” a seu favor. Nem sempre obterá sucesso pois dependerá da aceitação às suas provocações.

O bom político irá sempre escolher a “briga” que vai entrar respeitando uma certa estratégia: Ele irá verificar qual o objetivo da provocação. Geralmente este objetivo é tirá-lo do foco, causar-lhe perda de tempo, e de dinheiro, e levar ao eleitor uma sensação de suspeita. Muitas vezes a explicação fica pior que o fato. A mentira acaba com viés de verdade e a verdade acaba não convencendo.

Portanto, cabe ao bom político saber interpretar cada provocação e medir o julgamento que o eleitor fará. O ataque poderá ser ignorado, simplesmente, para não “valorizar”. Ou, mandar alguém do “time” responder de forma positiva, denunciando ao eleitor a tentativa de provocação, e assim deixar o acusador em situação constrangedora. Em último caso, poderá vir a público pessoalmente para desqualificar o provocador, porém com elementos factuais.

Então fica decidido: Entrar na “briga” só se for para ganhar.

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