quinta-feira, 5 de março de 2009

TÔ SÓ OUVINDO !

Gente, nosso trabalho na Prefeitura tem sido estafante e gratificante.

Estafante porque o volume de pessoas que procuram a prefeitura aumenta a cada dia. Sinal que a Ouvidoria está ficando conhecida e o cidadão está se convencendo de seus direitos, e não é apenas para reclamar não. Vem muitos pedidos de ajuda financeira e material. Por aí é possível perceber que sempre existiu um paternalismo municipal que dentro da administração moderna e frente às Leis de Responsabilidade Fiscal já não é mais possível existir.

Mas o trabalho também é gratificante porque nos sentimos úteis ao cidadão quando podemos buscar na estrutura da administração toda e qualquer possibilidade de ajuda possível, e na maioria dos pedidos isto acaba sendo possível, e sempre respeitando os limites legais e éticos.

Fazemos nosso trabalho de Ouvidor Oficial, mas acabamos também tendo que ouvir as reclamações políticas, as críticas ao governo e também elogios, claro.

Para alguns, o Tião não estava bem, para outros fez um ótimo governo, o Luizinho seria pior ? , para outros talvez fosse o melhor. O Dr. Luiz é que é bom! Aí vem um outro diz que ele está péssimo. E nós ficamos apenas ouvindo.

Mas quem pode querer apenas criticar um governante ? Por acaso teríamos mais capacidade para fazer melhor ? Sim ? então porque não estamos lá ? Acusamos todos de desonestos. Por acaso somos um poço de honestidade ? Não somos nós que damos um “jeitinho” em nossa declaração de Imposto de Renda para deixar de pagar impostos ? Não somos nós que pagamos um “por fora” para obter alguma vantagem ?

Não somos nós também que pagamos para um malandro “roubar” o sinal de TV a cabo para nossa casa e ainda nos julgamos espertos por isto ? E quando somos pegos cometendo uma infração ? Não damos uns cinqüentinha para “quebrar o galho? “ Somos nós que criticamos quem trabalha na prefeitura mas quem confessa que queria ter um cargo ? E quem confessa que tem lá um parente ?

Um diz que na prefeitura só tem ladrão e corrupto. Vou ouvindo. Mas fico pensando !

Fosse assim, então teríamos nossos poderes judiciais e criminais também corruptos, pois não vejo ninguém da prefeitura ser preso. Tendo a prefeitura mais de 1.200 funcionários, que somados aos membros de suas famílias podem chegar a umas 10 mil pessoas, diríamos que metade da cidade é formada por ladrões, corruptos e coniventes. Tudo bandido.

Ah, mas que tem, tem ! Vou ouvindo. E pensando. Se alguém sabe e pode provar porque se cala ? Não seria ele também um corrupto por ser calar ? Ou também rouba alguma coisa em algum lugar e tem “rabo preso” ?

Não devíamos fazer falsas acusações, sem provas, mas ficar atento ao que está sendo feito. Fiscalizar, colaborar e denunciar quando vemos um erro.

Não devíamos criticar um projeto ou uma obra antes mesmo que esteja pronta e mostre seus benefícios ou defeitos, e principalmente, não criticar por criticar, sem nenhum conhecimento. Mas aplaudir a iniciativa pelo bem da cidade. Dar um crédito de confiança ao governante.

Enquanto agirmos apenas com emoção, pensando apenas em “nossos direitos”, olhando apenas para nosso umbigo, preocupados apenas com nossos “interesses” e fechando nossos ouvidos, nenhum governante será bom. Pode entrar e sair quantos pudermos assistir, e nossa vida permitir, e nunca teremos o melhor.

Nós, povo, é que precisamos mudar. Antes de julgar, saber escolher e, tendo o escolhido, saber fazer dele o melhor governante, exigindo, fiscalizando, mas ajudando-o, deixando-o trabalhar.

Collor foi péssimo, Itamar, pior ainda, Fernando Henrique, então, nem falar. Lula ? Uma farsa de governo. É o que lemos por aí e o que ouvimos. E o próximo, que irá substituir Lula também não vai prestar. E sabe porquê ? Porque não mudamos nosso pensamento. Não mudamos nosso jeito de agir. Assim também será com nosso próximo prefeito.

É preciso criticar, sim, mas construtivamente, com inteligência, com conhecimento e sem radicalismo. O radicalismo leva à destruição e não nos faltam exemplos pelo mundo afora.

Eu fico ali, só ouvindo, e lendo.

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