quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Será que aprendemos ?

Antes de 05 de outubro já havíamos dito que estas eleições seriam um divisor de águas. Nada seria mais como parecia ser. Nossa cidade teria outra característica física, econômica e política.

Os resultados da eleição mostraram que tínhamos uma boa dose de razão.
O eleitor avisou, através de seu voto, que as coisas deverão mudar, sim.
Um pouco mais da metade dos eleitores elegeu seu prefeito preferido e estes mesmos eleitores deixaram a vista, de forma definitiva, que não querem mais um certo tipo de política. Mas a outra parte, quase a metade dos eleitores, também deixaram claro que não estavam satisfeito e querem mudanças.

Nosso novo prefeito tem agora duplo objetivo: Corresponder e atender as expectativas
daqueles que lhe deram o voto e desvendar os desejos e os pés-atrás daqueles que não votaram em seu nome, mas que são também cidadãos e merecedores dos mesmos cuidados e atenções. Pois governar para uma maioria pode ser confortável mas agradar a gregos e troianos, dizem, é muito difícil.

Uma nova Extrema vai surgir. Com novas estruturas, com nova economia e, principalmente
com uma nova política. Com certeza surgirão novas lideranças políticas pois sementes foram
lançadas e o tempo será bom para que se desenvolvam e a colheita será boa, com certeza.

Uma demonstração do envolvimento do cidadão está na expressiva votação dos candidatos
que lograram alcançar a Câmara Municipal. Nossa previsão praticamente se concretizou.

Dizíamos que seriam necessários mais de 400 votos a quem quisesse se eleger a uma das
nove cobiçadas cadeiras e seis delas foram ocupadas com votação acima disto, sobrando três
cadeiras com votação abaixo de 400 votos, curiosamente, duas da oposição. Até um candidato de oposição que não conseguiu quociente fez mais de 400.

A fraca votação dos vereadores da chamada oposição é um forte indicativo de que o eleitor
oposicionista não estava satisfeito. Tinha três vereadores e trocou dois. Mas também foi só. Porque a oposição não conseguiu eleger mais vereadores ? Eleitores tinham. Afinal, o candidato a prefeito obteve praticamente 8.000 votos. Com esta mesma votação a situação elegeu 6 vereadores. O dobro da oposição. A verdade é uma só. Faltaram candidatos com forte liderança ou teriam se preocupado exclusivamente com o candidato majoritário ?

Focando na eleição de prefeito, também ficou mais que claro que a população mudou, e muito,
seu nível de exigências e de expectativas. Nosso futuro novo prefeito terá “a faca nas costas” o
tempo todo. Não se coloca em dúvidas sua capacidade administrativa, seu desejo de realizar ou
sua disposição. Mas a campanha dos senhores vereadores os expuseram também a um
novo critério e muitas cobranças virão. São estes vereadores, que para atender seus eleitores,
irão, ou pelo menos deveriam, exigir muito mais de nosso prefeito. E nem sabemos ainda como ficará, ano que vem, nossa Câmara Municipal. Surpresas na política são coisas comuns.

Como dito, para se eleger vereador agora foram necessários mais de 400 votos. Como será
daqui a quatro anos ? Acreditamos que acabaram-se aquelas “ações entre amigos” que
elegiam um vereador com pouco mais de 200 votos. Os que acreditaram nisto estão curtindo
uma derrota sem explicações aparentes.

Viramos uma página importante da política de nossa cidade. Daqui pra frente tudo vai
diferente, já dizia Roberto Carlos ! Não bastará querer ser um vereador. Será preciso saber
ser, pois o povo vai estar cada vez mais exigente. Não bastará ser de oposição, mas será
preciso saber fazer oposição, e o que aí estavam não sabiam, pelo menos foi isto que disse o eleitor.

Mas o tempo passará. E daqui a quatro anos veremos se nossos políticos, velhos ou novos,souberam tirar desta eleição a melhor parte : o aprendizado, pois a diplomação é transitória.

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