CREDIBILIDADE NÃO SE ADQUIRE POR DECRETO, SE CONQUISTA.
A inflação subiu
menos porque o povo está sem dinheiro,
ou o povo está sem dinheiro por causa da alta da inflação ? Esta é a questão a
ser analisada. Em julho a inflação indica para uma alta de apenas 0,07 %,
contra 0,38 % em junho. Bom ? Depende do
ponto de vista.
Se considerarmos os últimos 12 meses veremos que a inflação
acumulada chegou aos 6,4 %, ou,
praticamente no limite da meta estabelecida pelo Governo Federal, que é de 6,5
%. Os planos sempre foram de ficar no centro da meta, ou, 3,5 %.
Quem sofre mais com isto ? Claro, as pessoas das classes C,
D e E, cujos salários são reajustados
apenas pelos índices oficiais mas que são corroídos pela inflação real,
atualmente estimada em torno de 15 %. Em termos reais a renda vem crescendo , pois
as classes A e B conseguem obter correções e ajustes às suas rendas, na pior
das hipóteses, conforme a inflação. E a renda também cresce porque ainda existe
demanda por mão de obra e existem muitos
empregos.
Mas isto é macroeconomia e nosso negócio é falar de
política. O que pode estar causando maiores preocupações ao cidadão comum ? O crescimento
da inflação ou a possibilidade de Dilma se reeleger, ou até mesmo de Lula
voltar ? Olhando para os comentários aí de cima é possível entender que as
classes C, D e E são as que elegeram Dilma e Lula, mas são elas também que
estão sofrendo um achatamento na renda, diminuição na prestação de serviços do
Estado ( Saúde, Educação, Segurança , Transporte). E isto pode colocar em risco
os planos do PT.
Pronto, Falei de economia e de política. Percebe-se que os
dois assuntos se interligam ? Não tem política sem economia nem economia sem
política.
Ah, mas a Dilma, e o Banco Central já estão aumentando os
juros para derrubar a inflação. Ok, ok. Mas nem sempre isto deu, ou dará certo.
Juros mais altos significa que o dinheiro ( empréstimos, financiamentos, cheque
especial, Cartão de Crédito, carnê ) fica mais caro e com isto diminui-se os
investimentos dos empresários, enfraquece nosso famoso PIB, começa a diminuir
os empregos, a renda vai cair, cai o consumo e a “roda” começa a rodar para trás.
Índices oficiais já apontam para queda na produção, e no emprego. Os estoques das empresas também
estão elevados, apontando para queda no consumo. Em seguida viram os
cancelamentos de compras e novos pedidos. Olha aí a roda rodando para trás de
novo.
O dólar aumentou mais
que 10% este ano ( lembrando que o Plano Real colocou o dólar a R$ 0,98 e já está em R$ 2,24, ou seja, Lula e Dilma
fizeram o dólar crescer mais que 125 % ) e isto faz com que os preços de
insumos importados fiquem mais caro, e produtos acabados, importados, fiquem
mais barato. E aí, tome produtos chineses. Este quadro causa uma competição
terrível com danos ao empresário brasileiro. Para piorar, o Brasil tem a maior
carga tributaria do mundo. Muitos produtos carregam em média em seu preço 80 %
de impostos ( caso do cigarro e bebidas ) e apenas 20 % de matéria prima e mão
de obra.
E é esta maldita reforma tributaria, que nunca vem, pois para
vir será necessário o Governo cortar muitos gastos, que tira de nosso país a
possibilidade de ser um dos maiores exportadores. É esta tal carga tributaria
que leva 1/3 da renda do trabalhador. Ou seja, de cada 3 meses trabalhado, um
mês fica para o governo na forma de impostos.
Um carro fabricado no México tem uma carga de impostos de 20
%. Na Argentina, de 15 a 25 % e no Brasil chega-se até a 40 % ou mais. Ou seja,
de cada 3 carros fabricados, mais que um vai para o governo na forma de
impostos. E para onde vai todos estes impostos ? Para um grande ralo chamado
administração inchada e corrupção.
Como se faz para emagrecer um gordo ? Regime. Corta-se a
quantidade de alimentos que ele habitualmente come. Uma reforma tributaria que
retirasse, pelo menos, 30 % dos impostos aumentaria de imediato a renda do
trabalhador em 30 %, diminuiria os preços em 30 % e seríamos 30 % mais
competitivo nas exportações. Para isto Dilma precisa diminuir o prato do gordo,
ou custo do país. Cortar na carne,
começando pela Câmara Federal e Senado. Temos 570 deputados. Que tal diminuir
para 300 ? Temos 51 senadores. Poderíamos, talvez, resolver o problema com uns
25. Temos 39 Ministérios, talvez fosse
possível trabalhar com uns 20. Nesta esteira teríamos uma redução gigantesca na máquina administrativa reduzindo o
orçamento e podendo abrir mão de impostos. Ah, mas isto geraria desemprego dos
funcionários públicos, gritariam alguns. Em tese, sim. Mas tirando-se impostos
as empresas poderiam vender mais, produzir mais e contratar este pessoal todo.
A diferença é que milhares de funcionários que hoje não atuam na produção,
passariam a ser produtivos e a gerar economia e renda. Hoje geram apenas
custos.
Mais competitividade e mais renda geraria mais consumo, que
geraria mais empregos, mais renda, mais emprego... Olha aí a roda voltando a
rodar para a frente. Maias gente trabalhando e ganhando mais dinheiro geraria
maior arrecadação para a Previdência Social ( INSS), que poderia pagar melhores
aposentadorias e prestar melhor atendimento.
Na medida em que as classes C, E e E entenderem estes números e
situações, e esperamos que já esteja ocorrendo, ficará muito difícil para Dilma
recuperar credibilidade e mais difícil para Lula convencer o povo de que Dilma
foi um blefe, uma mentira.
2 comentários:
Prezado Odair,
Foi um prazer conhecê-lo ontem quando pudemos falar um pouco sobre este tema. Parabéns pela clareza e assertividade. Infelizmente a população brasileira está pagando um preço muito alto para aprender que para dirigir um país é preciso preparo e competência. O peso do estado nas costas de quem trabalha, além de injusto, pois não temos retorno algum, tira toda a competitividade e dificulta o crescimento da economia. País desenvolvido é aquele onde o rico anda de transporte público. Encher o país de carros 1.0 só enche a carteira do governo as custas da dívida da população que financia impostos. Parabéns mais uma vez.
abraços,
Antonio.Claudio
BYCON Ind e Comercio s.a
claudio@bycon.com.br
Fatos... e seria bom que todos pudessem compreender a coisa assim.
Abraço.
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