quarta-feira, 14 de abril de 2010

O primeiro emprego.

Não há nada mais frustrante e desesperador para um jovem do que terminar um curso superior, receber seu tão esperado diploma para em seguida não conseguir emprego, e isto está acontecendo com muitos de nossos jovens aqui em Extrema. E o pior, ele vê crescer o número de novas empresas que se instalam na cidade e o número de vagas profissionais.

E o jovem se pergunta: Porquê não me contratam? Afinal, sou formado, tenho diploma, estou na idade ideal para compor a força de trabalho. No desespero, buscam cursos complementares, pós-gradução, etc. e de repente sem vêem perto dos 30 anos sem uma definição profissional.

Duas coisas precisam ser analisadas, a princípio: De um lado as precárias escolas onde estudaram e a qualidade de seu aprendizado. Do outro lado, a resistência das empresas na contratação de jovens sem experiência e com formação deficiente.

Pesquisas mostraram que 45% dos desempregados são jovens na faixa etária de 15 a 24 anos. É realmente preocupante, pois serão estes jovens que irão “tocar” o país. As próximas eleições irão demonstrar a força da juventude. Analista até fazem alguma ligação entre este problema, a falta de emprego, com o aumento do uso de drogas e bebidas pelos jovens.

Pode ser até justificável, pelo lado das empresas, a busca por profissionais já formados, experientes, pois a empresa é investimento e investimento tem o lucro como objetivo. Mas temos que convir: Como pode o jovem ter experiência se nunca trabalhou ? Temos aí dois pontos importantes a serem trabalhados, seja pelos políticos ou pelas lideranças dos trabalhadores.

- A Legislação Trabalhista que impõem ao empregador um custo de 102 % sobre o
Salário pago a qualquer trabalhador com carteira assinada.

- A falta de incentivo do Estado às empresas para que invistam na formação profissional

Assim, enquanto houver maior oferta de profissionais formados do que vagas, a situação não se altera e a inexperiência vai se perpetuando. Forma-se um círculo vicioso. Mas como pode ? Dizem que Extrema está em pleno círculo virtuoso com suas novas indústrias, que na cidade não faltam empregos. E é fato. As vagas que sobram são para mão de obra não qualificada. Aquelas mais específicas, com maiores salários, precisam ser preenchidas já e por profissionais experientes, pois a fábrica precisa produzir. Então, importa profissionais.

O jovem fica indignado. Seus pais, desanimados, Afinal, investiram suas economias na sua formação e agora ele não consegue um emprego. O que fazer para sairmos desta armadilha ?

Aí é que entram os políticos, que devem propor alterações na legislação trabalhista que possam incentivar as empresas à contratação destes jovens recém formados. Por exemplo, reduzindo em 50 % todos os chamados custos trabalhistas.

E as lideranças trabalhistas de nossa cidade poderiam negociar com as empresas um Contrato de Trabalho diferenciado. Alguma coisa como um Contrato de Formação Profissional, com validade para, digamos, 12 meses. Nossos vereadores poderiam fazer um projeto e enviar ao Ministério do Trabalho.

Claro que enquanto não ocorre uma mudança nas Leis, as empresas também se sentem de mãos atadas e aí é que pode entrar nossa prefeitura, concedendo alguma isenção de impostos por tempo determinado, de acordo com o número de contratações. Poderiam criar uma cota anual, período em que o contratado passaria pela fase experimental e de aprendizado. Se aprovado, seria efetivado, abrindo espaço para um novo aprendiz .
Nosso Bolsa Estudantil é um sucesso. Porque não pensarmos em um novo programa ? Um Bolsa Formação Profissional ?

Assim, a empresa estaria nos limites da legislação trabalhista atual e existente, teria uma redução indireta nos custos da contratação e a prefeitura estaria ajudando a manter na cidade nossos jovens e a renda obtida pelos mesmos, pois no momento nossa cidade está exportando capital. Criaram-se empregos bons, mas quem os ocupa não mora em Extrema, em sua maioria. Ganham aqui seus bons salários, mas gastam em outras cidades da região.

As empresas, abrindo estas vagas e dando a oportunidade de nossos jovens aprenderem a trabalhar estariam devolvendo parte dos benefícios que receberam de nossa cidade, mesmo que estes tenham sidos apenas de logística.

Se nos unirmos na busca da solução com certeza a encontraremos. Como dizia o mineiro, não podemos é perder este trem !

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