sexta-feira, 8 de março de 2013

O ELÁSTICO POLÍTICO


Começaram os mandatos políticos do período 2013/2016. E muitos políticos poderão imaginar-se donos de um poder absoluto sob o prisma de que cada um foi escolhido pelo    povo e, por causa disto,  julga-se capaz de impor a sua vontade aos outros. Talvez levado a este pensamento ao constatar o volume de poder agora disponível e sob seu controle. Pode baixar normas, estabelecer regras, deter recursos humanos, materiais e financeiros.. Isto tudo parece tornar o político alguém diferente dos demais, e aí mora o perigo.

Deixar-se embriagar por estas novas condições pode fazer o político errar na medida, na dimensão e na dosagem  de suas ações. Dizia Lord Acton: O poder tende a corromper e o poder absoluto corrompe absolutamente. E aqui não falo da corrupção material, dinheiro propriamente dito. Mas, falo da corrupção do caráter, da moral e do comportamento.

Muitos assumiram compromissos de campanha que agora serão cobrados. Muitos dos que os apoiaram praticamente exigem oportunidades e, geralmente, nunca estarão satisfeitos com o que lhes forem dados. Acomodar novos parceiros poderá significar a perda de parceiros antigos. O novo político quer agradar a todos, e isto é impossível. Mas ele não vê limites e vai mudando, trocando pessoas, fazendo experiências.

Pode parecer ao novo político que seu poder é elástico , mas elástico também se rompe, e quando rompido o elástico alguém, de algum lado, vai receber a “pancada” que muitas vezes dói e deixa marcas. Ele passa a ter a impressão que todo mundo está de joelhos à  seus pés e que ele é o dono do pote de água benta. 

Ledo engano. Daí para cometer erros graves são dois palitos e irá se arrepender no futuro.
Não demora e irá perceber que a acomodação se deu de má vontade. A disputa por melhores cargos e melhores salários se acirrou. A produtividade tende a diminuir e os problemas a se avolumarem. As “boas cabeças”, aqueles que metiam a mão na massa e faziam acontecer já não estão mais a disposição, os novos parceiros começam a demonstrar interesse apenas nos salários e cargos, mas nunca terão um compromisso com administração. Até , talvez, pelo desconhecimento da mesma. 

Acaba-se criando uma horizontalização de trabalhos, competição entre pessoas e a casa começa a cair. Tudo que foi feito foi desperdiçado e como todo erro político, a origem se deu não na intenção, mas na insensibilidade.

Espera-se do novo político que use o poder com sabedoria, que tenha em mente seu compromisso com o eleitor e que a busca pela eficiência para produzir resultados deve andar de mãos dadas com o respeito ao ser humano e que evite a tentação de agradar a todos.

E lembrar sempre que conquistar, e manter parceiros políticos,  demanda anos. Perdê-los pode demorar apenas alguns minutos.  Depende apenas do político e de suas ações.

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