segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

EXTREMA, CAPITAL DO EXTREMO SUL DE MINAS ?

Claro que é brincadeira, mas já ouvi de alguns extremenses inchados de orgulho estas pérolas: Vargem e Bragança logo, seriam cidades dormitórios de Extrema, ou, Toledo e Itapeva logo, logo farão parte da Grande Extrema. Brincadeiras à parte, o fato é que já é preciso repensar nossa cidade.

Extrema tem atraído grandes investimentos e conquistado indústrias importantes para seu parque industrial. A última conquista foi a Panasonic, que neste mês lança a pedra fundamental para o início da construção de sua fábrica para a chamada linha branca ( Geladeiras, Máquinas de Lavar, Fornos de Microondas , etc). A Panasonic vai gerar, em médio prazo, mais de 1.000 empregos e é claro que Extrema não tem, neste momento, 1.000 pessoas desempregadas, muito menos com o perfil técnico que aquela empresa vai precisar. A solução virá de fora, das cidades vizinhas. Ou seja, Extrema está exportando capital na forma de salários e captando orçamento na forma de impostos. Mas um alerta ! Extrema estaria nos limites do desenvolvimento ? Será que já chegamos ao chamado “ Break even Point” ou Ponto de Equilíbrio” ?

Tudo é relativo. Uma cidade não pode crescer e se desenvolver contando apenas com sua população. Principalmente se esta população é pequena. Então ela entra no círculo virtuoso. Mais empresas, atraem mais moradores e a cidade vai crescendo. Vai se desenvolvendo. Aí se faz necessária uma administração competente, séria, focada no cidadão, pois será necessário investir na educação, com mais creches e mais escolas, na Saúde, com mais Postos de Saúde e Hospital, na Segurança, com mais policiamento e organização do trânsito e mais em tudo. Extrema está nesta direção e realizando esforços para atender as expectativas.

Porém, chega um momento em que começamos a perceber que a saturação está próxima. Talvez tenhamos chegado ao ponto de equilíbrio ideal e é chegado o momento de parar para organizar ? Afinal, o crescimento veio muito rápido. Mas o que fazer com tantas empresas querendo vir para o Sul de Minas ? Perder estes investimentos é ruim para o Estado de Minas Gerais e muito pior para o extremo Sul de Minas, pois todas as cidades vizinhas merecem fazer parte deste desenvolvimento. São nossos irmãos.

O extremo sul do estado é uma região pequena em termos dimensionais, mas é onde vivem mais de 150 mil pessoas e é preciso ter horizonte mais aberto. É preciso sair da redoma de vidro e entender que a região desenvolvida abre espaço para mais oportunidades a todos. Pode-se viver em Extrema e trabalhar em Camanducaia, ou vice-versa. Isto posto, sugeri ao nosso prefeito a criação de um Grupo de Trabalho Intermunicipal com a participação das prefeituras de Extrema, Toledo, Itapeva, Camanducaia, Estiva, Munhoz, Cambui e outras que porventura queiram fazer parte.
Este Grupo de Trabalho teria a função de colaborar com as cidades para organizarem seus distritos industriais, estruturas e condições para poderem oferecer um “pacote” às empresas que queiram vir para a região. Assim, o extremo sul de minas não perderia a oportunidade de receber investimentos, gerar empregos em todas as cidades e não em uma só, redistribuir renda e ampliar as condições de vida que Extrema oferece aos seus moradores para toda a região.

Extrema é o pólo de atração pelas suas condições de logísticas, pela proximidade aos grandes centros e pólos consumidores. Além disto, oferece algo que atualmente tem valor imensurável: Qualidade de Vida.
Mas convenhamos. Nossas cidades irmãs estão muito próximas destas condições, mas faltam a elas talvez algum tipo de assessoria que possa levar empresas até alguns quilômetros adiante. É esta minha proposta. Ajudar estas cidades pode significar ajudar Extrema, Ajudar o Sul de Minas.
Como diria nosso mineiro puro: Não podemos é perder este trem !

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A ARTE DE GANHAR, OU PERDER, VOTOS.

O Cinema pode ser outro, o público também, mas o filme é sempre o mesmo. O cara sai de sua cidade e parte para o mundo em busca de seu destino, sua sorte, sua vida. Aí a mão Divina o leva para uma pequena cidade ou uma grande capital, depende do filme, onde ele se instala e começa a “cavar” seu espaço. Muitas vezes é nascido na cidade, de família tradicional.

O tempo vai passando, o cara vai trabalhando, estudando, se desenvolvendo e vai ficando. Faz muitas amizades, conhece muita gente. Por ser extrovertido, social e simpático vai amealhando amizades. Com seu trabalho profissional e social vai ganhando admiradores , e, sem perceber, já está traçando um caminho político. Daí para uma candidatura política são dois palitos. Este é o tema básico daquele filme a
que me referi no início deste rabisco.

Mas agora entro no tema alvo do título deste rabisco. Como ganhar,ou perder, votos. Depois de se lançar à uma candidatura política o cara começa a perceber que na prática a teoria é outra. Aquilo tudo que era só amizade e simpatia começa a se transformar em compromissos, promessas, arranjos e daí ao tal “rabus presus” são mais dois palitos. O antigo “cara”, agora político, precisa cacifar votos para se eleger e começa então um enorme trabalho de convencimento das pessoas. Ser um colega, um amigo, uma pessoa popular é uma coisa. Convencer todos de que poderá ser um bom político é outra. Mas nada que um bom “corpo-a corpo” não resolva, principalmente em cidades pequenas deste nosso imenso Brasil onde para se eleger não é preciso muitos votos, possíveis com uma boa conversa.

Caramba ! Vamos logo ao tal ganhar ou perder ? Pois bem, neste trabalho todo o político vai conquistando voto a voto, pessoa a pessoa. Vai trazendo para seu lado lideranças de bairros, formadores de opinião e até outrora inimigos de opiniões. É agora que os compromissos, as promessas e os arranjos começam a pegar e o cara vai dando tudo, prometendo tudo, arranjando tudo. Nesta hora vale tudo. Tudo pelo voto e pela eleição.

Ufa ! Eleito ! Parabéns. Conquistou muitos votos, muitos parceiros. Agora mãos a obra. Trabalhar e provar que foi escolhido pela sua capacidade, lealdade e competência, e, claro, pelo grande número de apoiadores e parceiros políticos que formarão a base de apoio para seu mandato.

Ascendem-se as luzes. O filme já acabou ? Não, Apenas pausa para um café, uma ida ao banheiro, um momento para reflexão sobre como ganhar votos. E vamos à segunda parte do filme: Como perder aqueles votos.

Uma vez no poder o cara começa a mudar seu comportamento, suas ações. Adquire a soberba, começa e se achar o único com razão e dono de todas as verdades. Esquece a maioria dos compromissos e promessas assumidos em sua campanha. Aqueles que o apoiaram e ajudaram foram apenas ferramentas de campanha que já estão jogados a um canto. Eleitores ? Ah, isto é assunto para daqui a 4 anos. Compromissos nada mais são do que palavras jogadas ao vento para enganar trouxas. A ética e a moral, suas qualidades que o trouxeram até ali, são apagadas de seu raciocínio. Sua palavra, que todos tinham como a verdade, soa agora como deboche, como piada do dia. Não convence mais ninguém. Mas ele insiste. Afinal, ele é a verdade e a razão de tudo.
No rastro de seu mandato ele vai derrubando seus amigos e parceiros, que caídos em terra fértil da oposição brotam como tiririca e se alastram forte como a braquiária. No silencio de sua revolta pessoal, como uma aranha tecendo sua teia, aquele que foi traído e humilhado não medirá forças para lhe causar danos políticos. E aqui está a verdade: Quando se ganha um eleitor ganha-se um voto. Quando se “mata” um parceiro político perde-se muitos votos.
Será a intensidade desta ação autodestrutiva que determinará a longevidade do político.
Então, caro político de plantão, como está tratando seus parceiros ? Como está cuidando de seus compromissos e promessas ? Lembre-se 2012 é amanhã ! Boa sorte !

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Panasonic em Extrema - Reflexos

Zapeando pelo assunto Panasonic em Extrema encontrei um blog ( http://www.blogdomadeira.com.br/politica/extrema-leva-panasonic/#more-20980

Alí o povo de Varginha manifesta seu desagrado com a política local a quem acusam de terem perdido o "trem" da Panasonic para Extrema. Os comentarios abaixo dão uma idéia sobre o assunto e quem quiser ler mais pode acessar aquele blog.


André Luiz // fev 21, 2011 at 5:41 pm

Caro Odair Picciolli,

vou organizar uma palestra para o senhor ministrar aqui em Varginha, os presentes serão o atual prefeito e seus secretários e uma aspirante a candidata a prefeita.

Estes senhores são praticamente leigos e nada aprenderam nos 10 anos em seus respectivos cargos.

Por favor repita suas palavras: “Defendo o que é justo, legal, correto. Condeno a arrogância, a soberba, a ilusão do poder e qualquer radicalismo. Condeno a crítica pela crítica mas aprovo a crítica construtiva”, para os senhores políticos daqui, se eles souberem ao menos ler e escrever – tenho minhas dúvidas.

2012, ou o mundo acaba ou o PT acaba com Varginha.

2Odair Picciolli // fev 21, 2011 at 2:55 pm

Capital não tem cor nem bandeira. Investidor procura porto seguro e Extrema, politicamente, tem se mostrado assim. São mais de 20 anos com o mesmo partido, a mesma política administrativa, além, claro, das vantagens logísticas, tais como proximidade a portos e aeroportos, rodovias, grandes cidades. Além disto Extrema foi considerada a 2ª melhor cidade para se viver no Estado em termos de qualidade de vida e no caso da Panasonic, japoneses dão muito valor a este quesito. E podem crer, vem mais por aí. A próxima é do setor de alimentos e irá revolucionar a agricultura da região agregando conhecimento e mais valor, mais renda familiar e fixação do povo na zona rural.

CIDADANIA - AJUDANDO A RECUPERAR 500 MIL REAIS PARA EXTREMA

O Estadão trouxe a notícia de que três idosos de São Paulo, revoltados com o aumento de salários que os vereadores se deram, lá pelos idos de 1.992, resolveram entrar com uma ação na Justiça pedindo a devolução do dinheiro.

Idas e vindas na Justiça, eis que ela tarda, mas não falha. Os vereadores de então foram condenados a devolver tudo que receberam indevidamente, com juros e correção monetária. O bolo chega à R$ 5,3 milhões, recuperados para a cidade de São Paulo.

Esta historia nos traz para nosso Reino Encantado de Extrema, onde este que vos escreve, a também alguns anos, descobriu que os vereadores da época também haviam recebido salários irregulares. Fui verificar e encontrei uma Resolução promulgada pela então Presidente da Câmara que determinava um salário de R$ 3.800,00 para cada vereador, quando pela Constituição Federal deveria ser de R$ 2.800,00, ou seja, 30 % do salário de um Deputado Estadual, na época. Atualmente a coisa já deve somar mais de R$ 500 mil reais.

Como a encrenca era grande e envolvia peixe grande, eu não teria meios financeiros para suportar uma ação legal em vista dos custos de um bom advogado. Busquei ajuda e um grande advogado da cidade, meu amigo, decidiu entrar com a ação popular pedindo a devolução daqueles valores.


Como haveria de ser, o processo caminhou e um dia todos foram condenados a devolver o que receberam indevidamente. Recursos foram impetrados, processo vai, processo volta, recursos, novo julgamento e novamente foram condenados.

O “imbroglio” ainda rola, pois incluíram vereadores da legislatura que promulgou a tal Resolução como réus,a meu ver um equívoco legal.Primeiro porque não receberam aqueles salários, que foram pagos na Legislatura seguinte, logo, se não receberam, não tem o que devolver. Se forem considerados responsáveis pela Resolução, poderão cair em outro tipo de pena, que seria a de Danos Causados ao Município em função da tal Resolução,e não a responsabilidade pela devolução.Mas podem estar certos. Mais cedo ou mais tarde este dinheiro vai voltar para os cofres públicos de Extrema, pois repito, mais uma vez, palavras de nosso digníssimo juiz quando de sua primeira apreciação do processo: “ Isto em Extrema não vai acabar em pizza”. Está nos autos e eu confio em nosso juiz.
Estamos acompanhando e não daremos trégua enquanto o assunto não estiver encerrado.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Fábrica da Panasonic em Extrema

O governador de Minas Gerais Antonio Anastásia, ao lado de diretores da Panasonic, anunciou nesta quarta-feira (16) a instalação de uma fábrica da empresa em Extrema. Ao todo, serão oferecidos 400 empregos diretos e o investimento na cidade será de R$ 200 milhões.

A unidade em Extrema, que começará a ser construída em 28 de fevereiro, produzirá refrigeradores e máquinas de lavar. Há a previsão que a empresa comece a funcionar no primeiro semestre de 2012. A produção da unidade será destinada ao mercado do Sul e Sudeste do País.

De acordo com Masanobu Matsuda, presidente da Panasonic no Brasil, a escolha de Extrema está ligada diretamente à localização estratégica da cidade, ideal para a distribuição dos produtos. "Além disso, Extrema é reconhecida por sua excelente qualidade de vida", explicou Matsuda.

A Panasonic pertence ao grupo japonês Matsushita, que conta com duas unidades no Brasil: uma em Manaus (AM), outra em São José dos Campos (SP).

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Vem aí a Janela da infidelidade

O Congresso deverá votar ainda neste mês de fevereiro a projeto que cria a "Janela da Infidelidade". Trata-se da abertura de um período em que os políticos poderão mudar de partido sem perder seus mandatos, que pela lei atual pertence ao partido.

A nível nacional o PMDB é o maior interessado em fazer com que políticos troquem de partido sem perder o mandato. O PMDB não pede, manda. Michel Temer já está garantindo que vai haver a famosa janela partidária. Como aquelas da Europa, que são abertas para levar os craques e poder inscrevê-los para a próxima competição. É por aí que o DEM caminha para a destruição e o PSDB para um profundo esvaziamento.

Aqui no Reino Encantado de Extrema também tem político com planos para mudar de partido, e claro, sem querer perder seu mandato, conquistado a duras penas pelos votos de seus eleitores. Só que por aqui, como a coisa é miúda, uma troca de partido pode representar muita coisa na prática.

O negócio é esperar para ver o que acontece. Mas que vai acontecer vai e novidades virão por aí. A considerar que já se começa a desenhar a próxima eleição municipal.
Quem serão os candidatos à prefeitura ? Quais serão os apoios ? Quem serão os vices ?

Por traz das cortinas já se iniciam os contatos, as negociações, a busca de apoio dos formadores de opinião e das forças políticas da cidade. Parece que para a próxima eleição os "arranjos" começaram bem mais cedo do que seria normal.

Estamos ainda no início de 2011 e a eleição será no final de 2012. Seria uma ejaculaçao precoce de nossa política ?

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A JUSTIÇA TARDA, MAS NÃO FALHA.

A JUSTIÇA TARDA, MAS NÃO FALHA.

Noticia no Estadão de 10-02-2011. Depois de 17 anos, a Justiça condena vereadores de SP que aumentaram seus próprios salários em valores acima do teto constitucional, que limita o salário de um vereador paulista a, no máximo, 75 % do salário de um deputado estadual, a devolverem os valores recebidos a mais e indevidamente.
A ação já percorreu todas as instâncias e não cabe mais recursos.

São 55 vereadores, os condenados, e terão que devolver, cada um, cerca de R$ 95 mil reais e, juntos, terão ainda que arcarem com R$ 533 mil reais referente os honorários advocatícios, o que dá mais uns 10 mil reais para cada um.

O quê ? você lembrou de algo parecido aqui no nosso Reino Encantado de Extrema ?
Pois está certíssimo. Temos também aqui uma ação popular em andamento, movida por um dos melhores advogados locais, atravancada em algum cantinho escuro de nossa justiça, mas que mais cedo ou mais tarde vai aparecer. É uma bomba, pronta para algum dia explodir.

Só para lembrar, por aqui a Câmara Municipal, através de sua presidenta, que promulgou e assinou a Resolução nº 56 no dia 1º de outubro de 2.004, aumentou os salários dos vereadores, na época, colocando-os R$ 1.000,00 acima do que seria legal e durante muitos meses todos receberam.

Uma ação popular não só colocou fim ao desmando como também responsabilizou todos os envolvidos na devolução do que receberam a mais. Julgaram-se imunes, injustiçados e não responsáveis e apesar de aconselhados a um acordo para um TAC – Termo de Ajuste de Conduta e a devolução parcelada, preferiram a artimanha do recurso.

A ação está caminhando. Vai demorar ? Vai. Infelizmente nossa justiça é lerda, mas, em contra partida, os valores vão crescendo. Juros e correção fazem o bolo crescer como braquiaria em terreno vazio. Já se fala em mais de R$ 50 mil reais de cada vereador e R$ 70 mil reais para os que exerceram a presidência da Casa. Deve-se incluir nestes valores os custos dos advogados e o bicho vai ficar grande. E mesmo que demore anos, terão que devolver. Se morrerem no caminho, a ação segue e seus herdeiros e familiares é que arcarão com o ônus.

Conheço um caso em uma cidade do interior paulista onde uma família de um falecido vereador teve que vender bens imóveis para pagar um processo deste tipo.
Nosso balaio de gato já está cheio. Colocaram dentro os vereadores da época em que a tal resolução foi assinada e os vereadores da Legislatura seguinte, que foram os beneficiados pelo tal “erro” Aqueles querem provar que aconselharam e aprovaram um salário equivalente a 30 % do salário de um deputado estadual ( Lei vigente para nosso município). Estes alegam que não sabiam que estava errado e que foi a legislatura anterior a culpada.
Tenho uma cópia da resolução que afirma que o aumento está conforme a Constituição Federal determina. Coloca em seu Artigo 1º : Ficam fixados para vigorar na Legislatura que se iniciará em 1º de janeiro de 2005 os subsídios dos agentes políticos da Câmara Municipal a saber: Vereador R$ 3.800,00 e logo a seguir, no parágrafo 1º afirma: “ O valor fixado no artigo 1º corresponde a 30 % (trinta por cento) do subsídio do Deputado do Estado de Minas Gerais”. Aí está o crime, pois o valor de R$ 3.800,00 não representava aqueles 30 %, mas muito mais. Tanto errado está que a justiça jse manifestou. Estava errado e tem que ser devolvido. Discute-se agora quem vai devolver. Um dia ainda teremos aqui na cidade aquela manchete do início deste artigo. Quem viver, verá !

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

UMA CIDADE REALMENTE DIFERENTE

Deu na TV neste final de semana.

Uma grande quantidade de municípios deste país não tem uma creche para atender suas crianças, apesar de leis que obrigam o governo a oferecer este serviço.
A reportagem mostrava diversas cidades do Norte, Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil. Anotei alguns casos que se mostravam curiosos: São Paulo, a maior cidade brasileira tem mais de 100 mil crianças sem creche.

A cidade de Barra do Turvo, no interior de São Paulo, em região açucareira e rica, não tem uma creche e uma cidadã oferece algumas vagas em sua casa, por sua conta e risco e com a acomodação municipal.
Pinheiro, no Maranhão, cidade com 80.000 habitantes também não tem nenhuma creche, apesar de ter uma grande população e estar no Estado base do Senador José Sarney, recentemente eleito Presidente do Congresso e onde sua filha é governadora. Nesta cidade um Padre Italiano montou uma pequena creche, sem nenhuma ajuda do governo, e atende algumas crianças.

Mas meu interesse estava mesmo é no Estado de Minas Gerais onde 170 cidades, de um total de 573, de nosso Estado não tem ainda nenhuma creche. Peguei um exemplo: A cidade de Piranga, distante cerca de 300 kms da capital, Belo Horizonte, tem 17.200 habitantes e nenhuma creche, nem mesmo perspectiva de ter em breve.
E aí fiz a comparação com nosso Reino Encantado de Extrema. Temos pouco mais de 28.000 habitantes, estamos a 450 kms da capital, Belo Horizonte e somos uma cidade de fronteira. Como se sabe, toda cidade de fronteira é terra de ninguém. Quanto mais distante do poder central piores são as condições de vida e de atendimento à população.
Mas em Extrema a coisa é diferente. A cidade tem diversas creches espalhadas pelos bairros da área urbana e da área rural. Mais uma para mais de 250 crianças está prestes a ser inaugurada próximo ao centro da cidade. A industrialização maciça da cidade ofereceu oportunidade de trabalho para muitas mães e com isto a esperança de maior renda familiar e melhores condições de vida. Mas isto só seria possível oferecendo um lugar seguro e saudável para suas crianças.

Com a próxima inauguração praticamente não haverá na cidade a possibilidade de uma criança que precisa de creche não ser atendida. Tudo isto é reflexo de um planejamento, de um projeto de vida para cada cidadão. Mais empresas significaram mais empregos, mais renda, mais consumo e daí, mais empregos. A roda começou a girar. Algumas indústrias trouxeram a oportunidade de emprego para mulheres, o que exigiria mais creches. Aí está o planejamento.

Outras empresas trouxeram a oportunidade de trabalho para os jovens, porém, necessitavam de mão de obra, se não especializada, ao menos, treinadas. Aí estava o SENAI e o SENAC oferecendo cursos de acordo com as necessidades das empresas. Mais planejamento.

As exigências de curso superior já é uma pratica normal em quase todas as contratações das empresas para cargos acima do chão de fábrica. Uma faculdade foi implantada na cidade, FAEX, para oferecer aos jovens a formação necessária para um início de carreira profissional. E para ajudar os jovens mais carentes criou-se o Programa Bolsa Estudantil, onde é possível ao jovem mais carente obter até 50% do valor da mensalidade, independente do curso e de onde ele seja feito, desde que o jovem more na cidade a mais de 2 anos. Mais planejamento.

Em praticamente todas as pequenas cidades as zonas rurais são áreas em que a administração municipal não se faz presente. Por isto ainda é comum encontrar-se pessoas analfabetas e crianças em idade escolar fora da escola. Existem os pequenos heróis, que saem de casa de madrugada, caminham quilômetros muitas vezes sob chuva para chegarem a uma escola instalada em barracões, sem iluminação, sem merenda e com parcas condições para o ensino.

Em Extrema as coisas são diferentes. Toda a zona rural está coberta pela rede de ensino, além da existência de creches ao lado das escolas. É na zona rural de Extrema que se construiu a maior Escola rural do Estado de Minas Gerais, no Bairro da Roseira. Uma escola para 600 alunos tendo ao lado uma creche para mais de 100 crianças. Todas as escolas possuem transporte coletivo para buscar e levar as crianças em suas casas. Merenda da melhor qualidade é oferecida aos estudantes e nas creches são oferecidas 5 refeições ao dia: Café da manhã na recepção das crianças, lanche as 10,00 hrs, almoço ao meio dia, lanche as 15,00 hrs e um lanche as 17,00 hrs antes da saída.

A Saúde também é importante para quem vive distante da cidade. Por isto cada bairro da zona rural tem o seu PSF que faz os primeiros atendimentos, seja na prevenção ou na emergência e, se necessário, a pessoa é transportada imediatamente para o Pronto Atendimento Municipal onde terá todas as condições médicas que seu caso exija. E se for necessário será encaminhada para internação no Hospital da cidade através do SUS.
Claro que um processo de desenvolvimento como este traz também algumas conseqüências típicas das grandes cidades. Uma delas é tal Lei da Oferta e da Procura. Os preços das casas e os aluguéis passaram a ser iguais aos das maiores cidades. Bons empregos e Qualidade de vida atraem muita gente

Tudo isto denota um planejamento que já vem de muitos anos e que coloca Extrema na posição diferenciada de município pequeno, de fronteira, mas com estrutura de cidade grande. Uma cidade que está cada vez melhor. Uma cidade que entrou em um ciclo virtuoso e que ganhou musculatura própria. Nada, nem ninguém, poderá alterar esta caminhada que está imune à forças políticas. O desenvolvimento e o cidadão , somados a uma administração responsável formarão a base de sustentação de uma situação a que o povo extremense já não abre mão.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O Império da boçalidade

A cada dia somos surpreendidos pela boçalidade humana, de alguns, claro.

O Censo da Educação Superior de 2.009 mostra que 54,7% das vagas em Graduações como Pedagogia e Normal Superior em todo o país não foram preenchidas. Apenas 90 mil alunos para mais de 200 mil vagas.

O último censo do MEC, 2005 a 2009, apontam para uma queda de 50 % na formação de docentes para o ensino infantil e para os primeiros anos do ensino fundamental. De 103 mil formandos, caiu para 52 mil.

O Semesp ( Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior de São Paulo) diz que não adianta mais abrir vagas porque o mercado não é atraente. Ou seja, jogamos a toalha. Diz o Diretor deste órgão: Grande parte dos formandos acaba não atuando no setor de ensino. A Taxa de evasão profissional em Pedagogia é da ordem de 60 %.

Todo mundo tem opinião, faz críticas, tem teorias, mas ninguém coloca o dedinho no centro da ferida. E esta ferida tem nome. Chama-se Remuneração.

As escolas particulares buscam sempre o lucro máximo, com mensalidades que ficam longe dos salários do trabalhador comum. Apenas os que fazem parte da classe média alta e daí adiante é que podem suportar o pagamento de escola particular. Mas os salários dos professores são irreais pelo que eles representam na estrutura escolar.

As escolas do Estado, que não buscam lucro, sofrem pela má administração em função das nomeações políticas, sofrem pela falta de verbas ou até mesmo pelo desvio das mesmas. E também aí os professores, mola mestra de todo o processo educacional, recebem um salário que os transformam em autômatos funcionários, sem incentivos, desanimados. Esta semana vimos até onde chega a boçalidade. Temos as noticias de que muitos professores e professoras que foram refazer suas inscrições para trabalharem nas escolas estaduais, e passaram por todas as etapas e exames, foram eliminados do processo simplesmente porque estavam gordos, fora do peso considerado normal. Já não basta a falta de professores, a mudança de profissão, o desinteresse, os salários baixos, a falta de condições ideais de trabalho e agora aparecem com esta novidade.

Não demora e passarão a excluir os baixinhos, as louras, os negros, os sem dentes, os carecas. Afinal, é para dar aula ou para desfile de modas ?
Este mês tivemos a posse dos eleitos para Deputados e Senadores. Por acaso alguns deles deixou de tomar posse por estar gordo ? E nossa Presidenta Dilma, não estaria um pouquinho fora de peso ?
Acho mesmo é que alguns governantes estão precisando emagrecer o cérebro, que deve estar cheio de titica para chegarem a estas decisões idiotas. Enquanto isto nossas escolas públicas estão caindo de podres, nossas crianças sem professores, sem merendas descentes e Lula e Dilma berrando que o Brasil é um país rico. De fato, já somos a 5ª economia do mundo, temos quase 300 bilhões de dólares guardados, batemos o rec orde no ano de 2009 na entrada de investimentos em dólares, somos a cereja do bolo na economia mundial.

Maravilhoso ? Mas porque isto não chega ao povo ? Porque pagar mais de 20 mil reais para um deputado que pouco trabalha, além das regalias e verbas adicionais, e pagar menos de 1 mil reais a um professor que vai começar a ensinar uma criança a ler.
O que seria mais importante para o país ? Um deputado que comparece algumas horas do mês apenas para ouvir, em algumas oportunidades dizer asneiras, e sempre dar seu voto por conta de interesses pessoais, ou um professor que comparece todos os dias, o dia todo, para educar os futuros brasileiros ?
O que é mais interessante para o futuro do país ? Brasileiros educados, alfabetizados, cultos e honestos ou deputados gazeteiros, corruptos e desonestos ?
Pagando-se 6 mil para um deputado, e é um ótimo salário, sobrariam 15 mil de cada um. Multiplicado por 500 daria um total suficiente para se pagar 3 mil por mês a 2.500 professores.
Aplicando-se a mesma regra a todos os cargos da administração onde existem salários absurdamente altos, aplicando-se esta regra às absurdas aposentadorias dos políticos, com certeza haveria dinheiro para se pagar melhor nossos mestres e valorizar a profissão de professor. Aí sim, se reverteriam a situação e voltaríamos aos tempos passados, quando ser professor era uma honra e todos os cidadãos os respeitavam.
É difícil mudar isto ? Talvez. Mãos não é impossível. Falta coragem, ética, compromisso, patriotismo, vergonha na cara. É uma fartura só.